sábado, 28 de agosto de 2010

Pedalatitude.


Depois da Expedição Latitude pelos bares centrais é bem possível que apareça a Pedalatitude por pontos admiráveis, porém distantes, da cidade.

Obviamente essa não será regada a cerveja, mas sim a mate gelado, bem curitibano.

Apoio ao pedal curitibano.

Complementando o post abaixo vou transcrever um texto publicado no blog curitibacyclechic.blogspot.com.

Nós curitibanos já podemos votar em iniciativas de cunho popular através da internet. Foi lançado o site votolivre.org (www.votolivre.org), que irá permitir às pessoas exercerem a própria cidadania de forma virtual, amparadas pela legislação. "A iniciativa é inédita. Será a primeira vez que os cidadãos vãos poder legislar através da internet, votando em um projeto de Lei com título eleitoral. Isto é uma vitória da cidadania e da democracia", diz o economista Marcos Juliano Ofenbock, um dos idealizadores da iniciativa.

Para votar nos projetos, os curitibanos terão que entrar no site do votolivre.org, preencher um cadastro com dados pessoais e ter em mãos o título eleitoral, informando o número do mesmo, zona e seção. Fazendo isto, eles estarão manifestando adesão a determinado projeto de Lei. "Para que o projeto colocado em votação tenha proposta apresentada na Câmara Municipal, precisamos do voto de 5% do eleitorado curitibano. Isto corresponde a 65 mil pessoas. O site será uma ferramenta para que a população possa exercer a cidadania, votando em ideias e não em pessoas", afirma o advogado Henrique Ressel, que é um dos organizadores da iniciativa.

Lei das Bicicletas (Lei da Mobilidade Sustentada Urbana)

A primeira iniciativa popular que será colocada em votação é a Lei da Bicicleta (Lei da Mobilidade Sustentada Urbana), que institui a bicicleta como modal de transporte regular em Curitiba. A mesma prevê que 5% das vias urbanas sejam destinadas à construção de ciclo-faixas e ciclovias, no modelo funcional, interconectado com a região central.

"Atualmente em Curitiba, as ciclovias ligam os parques, em modelo turístico. A ideia é que a ligação seja em modelo funcional. Votando no site, as pessoas poderão manifestar adesão ao projeto", comenta Marcos. "Escolhemos a Lei da Bicicleta como primeira iniciativa a ser votada porque a bicicleta é um meio de transporte estratégico para o crescimento de uma cidade. Ela é econômica, faz bem à saúde do usuário e reduz a quantidade de monóxido de carbono na atmosfera, pois faz com que menos carros estejam em circulação pelas ruas"

Setembro nos pedais.

O mês de setembro reserva aos curitibanos que gostam de pedalar uma série de atrações e aventuras. Afinal o Arte Bicicleta & Mobilidade está chegando com uma agenda lotada, distribuída em 24 dias da programação.

Curitiba é uma cidade que ganhou respeito mundial por suas inovações na área de transporte, porém não ouvimos nenhuma proposta para a inclusão das bicicletas nesse sistema. Todo mundo sabe que o curitibano é extremamente suscetível aos apelos publicitários, está ai a Família Folhas e a reciclagem de lixo que não me deixam mentir. Então não entendo o motivo pelo qual até hoje não foi feita uma campanha agressiva para que o curitibano opte pelas bicicletas ao invés do carro. Será que o medo da prefeitura é o esvaziamento do transporte coletivo? Será?

Abaixo estou colocando a programação. Quem quiser buscar mais informações pode procurar no http://artebicicletamobilidade.wordpress.com/

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Vizinhança

O curitibano construiu a imagem do indivíduo quieto, calado, sisudo. Batemos no peito e sentimos orgulho disso, afinal além de ser nossa característica é a forma como nos diferenciamos das outras culturas regionais que formam o Brasil.

Alguns levam isso mais a sério que outros. Tenho 31 anos e que me lembre só entrei em duas casas de vizinhos. Isso aconteceu antes dos 14 anos, ou seja, quando eu era criança. Se os meus números de tours vizinhança é modesto a recíproca também é verdadeira. Foram poucos os vizinhos que entraram nas casas que habitei até hoje. No atual apartamento que moro desde 2008, apenas um. O vizinho da diagonal, em um dia de jogo da Copa, pois descobrimos que um dos meus amigos era amigo dele também e no intervalo ele atravessou o corredor, bateu na minha porta e para não ficarem conversando em pé convidamos ele para entrar. Nada que durasse mais que uns 3 minutos, quase imperceptíveis; inesquecíveis. Ou seja, posso considerar que eu NÃO sou um curitibano fechado.

Fechado é o cidadão que mora no apartamento ao lado do meu. Mudou-se há pouco tempo. Tivemos apenas um encontro no elevador e a experiência me fez perceber que esse cara é o embaixador de Curitiba em qualquer lugar do mundo, inclusive na própria Curitiba. O cara foi muito educado, atencioso e mesmo assim conseguiu desperdiçar apenas duas palavras comigo. Isso foi um diálogo completo, algo mais ou menos assim:

- Bom dia.
- Oi.
- Você é meu novo vizinho do terceiro andar.
(Com a cabeça o cara faz sinal de positivo, fechando qualquer porta para um novo comentário).
- Até mais (nessa altura já não vejo mais nenhuma possibilidade de algum cinismo, como foi um prazer te conhecer).
- Tchau.

Esse se supera. Esse é mais que curitibano. Deve ter sido parido na própria praça Tiradentes. Bem no Marco Zero.

Paulo Lemiski faria aniversário hoje.

Se estivesse vivo hoje estaria completando 66 anos um dos mais polêmicos escritores brasileiros. Paulo Leminski, além de apaixonado pela literatura, era um atleticano convicto.

Morto em 07 de junho de 1989, Leminski retratava as lendas urbanas de Curitiba de uma maneira toda característica. Escritor, poeta, roteirista, tradutor e estudioso da cultura nipônica, escreveu inúmeras letras de músicas.

Leminski inspirou vários artistas nas mais diversas vertentes culturais como o filme "Ex Isto", exibido pela primeira vez no encerramento do último Festival de Cinema de Gramado. O filme foi construído a partir do livro "Catatau", do poeta paranaense Paulo Leminski, e de trechos da obra de Decartes. Além disso, vários artigos e dezenas de peças de teatro são baseadas na obra do poeta curitibano.

"Para fazer uma teia num minuto a aranha cobra pouco; apenas um mosquito"
Paulo Leminski

Adaptado da Furacao.com

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Mensagem subliminar no símbolo da URBS.

Achei o vídeo abaixo vasculhando o Youtube. Garanto que não tem nenhum fundamento científico, mas é uma teoria interessante.

Curitiba, volantes e bundas.

Um das coisas que o curitibano mais odeia na cidade são os motoristas. Normalmente e em grande maioria curitibanos como ele.

Grande parte dos curitibanos que dirigem pela cidade se estressam quando tentam mudar de faixa. Aqui a regra é não deixar ninguém entrar e parece que qualquer gentileza é demérito. Uma seta ligada é quase uma ofensa para o motorista que está atrás. O mais rápido possível ele acelera, emparelha o carro e não deixa você entrar.

Hoje estava quase na esquina da Mal. Floriano com a Getúlio Vargas. O sinal estava fechado e eu tentava mudar da faixa da esquerda para a faixa da direita. 5 carros passaram por mim, nenhum parou e todos eles tinham uma coisa em comum. A cara de bunda dos motoristas que se esforçavam para tentar demostrar que estavam distraídos e não haviam me percebido. O prejuízo causado a quem me deixasse entrar seria o de parar 4 metros antes do previsto e perder uma fração de segundos após a abertura do sinal.

Em Curitiba, me parece, isso é um prejuízo enorme.

sábado, 21 de agosto de 2010

Pontos Turísticos de Curitiba

Achei no site http://www.mapa-brasil.com um interessante mapa turístico de Curitiba com algumas atrações destacadas. Estou postando a imagem aqui para facilitar a vida de quem procura um mapa desses.






















Clique duas vezes no mapa para amplia-lo.







* 1. Catedral Basílica Menor de Curitiba
* 2. Igreja da Ordem Terceira de São Francisco das Chagas - Museu de Arte Sacra
* 3. Igreja de Nossa Senhora do Rosário de São Benedito
* 4. Museu Paranaense
* 5. Museu do Expedicionário
* 6. Museu de Arte Contemporânea
* 7. Museu da Imagem e do Som
* 8. Museu de Arte do Paraná
* 9. Museu de História Natural
* 10. Casa Romário Martins
* 11. Solar do Barão
* 12. Palácio Avenida
* 13. Farol do Saber Machado de Assis
* 14. Teatro Guaíra
* 15. Teatro Paiol
* 16. Teatro Universitário de Curitiba - TUC
* 17. Teatro Novelas Curitibanas
* 18. Teatro Fernanda Montenegro
* 19. Ópera de Arame
* 20. Universidade Federal do Paraná
* 21. Passeio Público
* 22. Jardim Botânico Fanchette Rischbieter
* 23. Universidade Livre do Meio Ambiente
* 24. Bosque João Paulo II
* 25. Bosque João Carlos Hartley Gutierrez
* 26. Bosque de Portugal
* 27. Bosque Alemão
* 28. Bosque Reinhard Maack - Tapajós
* 29. Bosque da Fazendinha
* 30. Parque Barigüi
* 31. Parque Regional do Iguaçu - Zoológico
* 32. Parque São Lourenço
* 33. Parque da Barrerinha
* 34. Parque Tingüi
* 35. Parque dos Tropeiros
* 36. Parque Municipal Passaúna
* 37. Parque Tanguá
* 38. Praça Tiradentes
* 39. Praça Garibaldi
* 40. Praça João Cândido
* 41. Praça Borges de Macedo
* 42. Praça Generoso Marques
* 43. Praça Santos Andrade
* 44. Praça 19 de Dezembro
* 45. Praça Rui Barbosa
* 46. Praça 29 de Março
* 47. Praça Osório
* 48. Praça Oswaldo Cruz
* 49. Praça Zacarias
* 50. Praça Carlos Gomes
* 51. Praça Eufrásio Corrêa
* 52. Praça do Expedicionário
* 53. Praça do Japão
* 54. Largo Coronel Enéas - Largo da Ordem
* 55. Relógio das Flores
* 56. Ruínas de São Francisco
* 57. Rua das Flores
* 58. Rua 24 Horas
* 59. Rua da Cidadania
* 60. Torre das Mercês
* 61. Santa Felicidade
* 62. Memorial da Cidade
* 63. Rodoferroviária
* 64. Aeroporto do Bacacheri
* 65. Aeroporto Internacional Afonso Pena

Mapa original em:
http://www.mapa-brasil.com/Mapa_Turistico_Cidade_Curitiba_Brasil.htm

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Bar do Alemão

O Bar do Alemão é o mais conhecido dos bares do Latitude. Um pouco por sorte, pois está no meio do Largo da Ordem, região que não sofreu a degradação de outras áreas da velha Curitiba. Um outro tanto pois o Alemão foi o que melhor explorou seu diferencial.

Hoje o Schwarzwald é um mito nessa cidade. Parada obrigatória para quem vem de fora e um ponto de encontro de quem é daqui. Dos bares programados pela Expedição era o caçula, mas sem dúvida e o que irá mais longe.



Rua Claudino dos Santos, 63 - Convênio com estacionamento da Ordem,
Acesso pela Rua Treze de Maio, 655 - Contato: 41 3223.2585

72 horas sem homicídios.

Curitiba registrou no dia 19 a impressionante marca de 72 horas sem homicídios na cidade.

O termo impressionante nesse caso é o mais negativo possível. Curitiba tem uma taxa de homicídios muito elevada e a última vez que ficamos 3 dias sem mortes violetas havia sido em maio. As ruas daqui já não são seguras e alguns bairros estão com toque de recolher.

Esse é um luto infinito pelo qual a cidade passa.

Agosto, mês do cachorro louco.

Tive uma importante contribuição do Rogério Dumke e por isso estou reeditando o post sobre os loucos de Curitiba, afinal deixar o Ivo Rodrigues e o Alborgueti de fora é loucura.

Agosto é o mês do cachorro louco, não sei se é verdade. Também dizem que toda família curitibana tem um maluco trancado no sótão. A frase é atribuída a Paulo Leminski, mas infelizmente também não tenho certeza da autoria.

Resolvi cruzar os dois assuntos e fazer um pequeno post sobre os loucos da cidade. Não vou falar dos loucos literais, mas de personagens que habitam a cidade, a identidade e as lendas dos curitibanos.

Vamos a eles.

O pajé.

Na tribo curitibana o louco que mais se destaca é o Oilman. A primeira vez que avistei o indivíduo foi no calçadão da praia de Caiobá. Somente de sunga e com o corpo besuntado em óleo, possivelmente bronzeador. Até ai nada de mais, não fosse o fato dele caminhar durante a noite e o óleo ser um tanto quanto estranho. Alguns anos depois vi o mesmo cara andando de bicicleta, sunga e óleo no Bacacheri e depois disso sua fama não parou mais de crescer. Os trajetos também não. Começou a aparecer por todos os cantos da cidade e independente do frio usava sempre sunga.
Reza a lenda que já desceu da bicicleta e deu umas palmadas num playboyzinho do Batel, mas não sei o quanto isso é verdade. Já ouvi que era professor secundarista de um grande colégio da cidade e que teria se apaixonado por uma aluna, mas tudo isso deve ser lenda urbana. Sua loucura lhe rendeu fama. Hoje tem um banda, já foi entrevistado no Programa do Jô Soares e vive sendo pauta de jornais em Curitiba.







Trevisan e os três mosqueteiros.

Dalton Trevisan, Poty, Leminski e Ivo.

Ser artista em Curitiba não devia ser nada fácil, pois mesmo com o crescimento e modernização da cidade acredito que ainda não é. Conquistar o reconhecimento nacional estando aqui é tarefa ainda mais difícil e os três citados acima conseguiram o que para todos parece loucura.

Poty foi desenhista. Viveu da arte e foi reconhecido mundialmente com seu traços. Têm obras em Portugal, Paris e Alemanha. Realizou exposições em Londres, Bruxelas e Washington. Seus desenhos ilustraram livros e foram usados pela BBC em um documentário sobre o Xingu. Como bom curitibano era calado, pois não precisava falar.

Leminski era poeta. Todo mundo na cidade já ouviu o ditado que diz "polaco é preto do avesso". Leminski era o avesso do avesso, pois era filho de uma negra com um polaco. Imagino o moto perpétuo de bagunça que não foi a criação do rapaz, ainda mais em uma sociedade quadradona como era a nossa. Casou-se jovem e alguns anos depois foram morar com um casal de amigos numa espécie de sociedade hippie. Trocou de esposa e saiu pelo mundo. Morreu cedo, mas marcou a cidade.

Ivo Rodrigues era músico. Em uma cidade com quase dois milhões de habitantes e nenhuma tradição musical o Ivo da banda Blindagem tevo coragem para encarar a barra de ser roqueiro por aqui. Suas músicas nunca tiverem muito reconhecimento, nem aqui e muito menos fora, mas sua morte foi um dos momentos mais tristes que já vi em Curitiba. Era um brincalhão, importado de alguma outra cidade, como a maioria dos curitibanos, e deu cara uma cara para o nosso rock. Sem dúvida fará falta, mas será lembrado para sempre.

Dalton Trevisan é escritor. Se o Oilman é dos loucos curitibanos o mais louco, Dalton é o mais curitibano. Avesso a qualquer badalação torna-se difícil falar da sua pessoa. Tão quieto que é recebeu o apelido de Vampiro de Curitiba, mesmo assim é considerado um dos maiores contistas brasileiros, com livros traduzidos para vários idiomas.






Borboleta 13.

Terezinha Hevane dos Santos é figura conhecida no centro de Curitiba. Ganha a vida vendendo bilhetes de loteria e jogo do bicho no Calçadão da XV e se apesar de exótica não é louca certamente merece estar aqui por ter enlouquecido vários freqüentadores da Rua das Flores com seus gritos ensurdecedores, uma espécie de mantra da jogatina. Seu ofício lhe rendeu uma entrevista no programa do Jô, a participação na gravação de uma banda local e também um patrocínio de uma loja do centro, em que ela precisa apenas usar um colete com o nome da loja e ficar gritando sentada na porta do estabelecimento. Imagino que os funcionários adoraram. Ah, ela também já tem uma versão pirata, uma senhora que grita o mesmo bordão, mas felizmente com um tom abaixo.

O midiático.

Mauro Singer é atleticano fanático, mas não desses chatos ou valentões. Mauro é inteligente pra caramba e soube usar isso para conquistar as torcidas da capital. Ele apareceu para o público num extinto programa de TV que tinha um representante de cada torcida da capital e em pouco tempo conquistou seu espaço. Fazia palhaçada de tudo quanto é tipo e criou uma audiência própria. Muitas pessoas assistiam ao programa apenas para dar risada. Pouco importava o time.
Certa vez foi fantasiado de Papa para sacanear o paranista, após uma derrota para o Roma de Apucarana. Em outra foi fantasiado de negro black power para sacanear o coxa branca.
Conheci o cara pessoalmente e posso falar que ele é uma das pessoas mais bem humoradas da cidade.

O (quase) Global.

Luiz Carlos Alborguetti era polêmico. Mudou-se para Curitiba em 92 e ganhou fama nacional com seu programa policial Cadeia. Deve ser o brasileiro mais politicamente incorreto que já existiu e soube como poucos polemizar qualquer coisa. Alborguetti morreu a alguns anos, mas continua sendo hit na internet. Deixou como "herança" para Curitiba o Ratinho (esse mesmo, Carlos Massa)e conseguiu a proeza de fazer com que o canal curitibano CNT fosse visto por alguém.



E ai, faltou alguém?

sábado, 14 de agosto de 2010

Bar do Ligeirinho


Apesar de estar no centro de Curitiba o Bar do Ligeirinho não faz nenhuma referência ao ônibus lançado na década de 80/90. Ligeirinho era um garçom do Stuart que decidiu abrir seu próprio bar. Isso na década de 40 e a idéia deu certo.



Hoje o Bar do Ligeirinho chama atenção pelas inúmeras porções. Lá comemos uma exótica cauda de jacaré e cascudinho frito, mas existe umas quarenta de opções. Muitas delas ficam em um balcão refrigerado na entrada que permite ao cliente escolher o que vai comprar.


Endereço: Rua Carlos de Carvalho, 120 - Centro
Telefone: (41) 3233-8348

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Dalton Trevisan

Falei no post anterior que o Dalton Trevisan era o "louco" mais curitibano. Sujeito quieto e avesso a qualquer tipo de badalação, lembra?

Garimpando a net atrás de uma luz para escrever sobre a pessoa Dalton Trevisan achei o vídeo abaixo, exibido no Jornal da Globo de 1993, quando Curitiba comemorou 300 anos. A proposta da reportagem não é nada modesta, mostrar o rosto do Vampiro de Curitiba.

Imperdível.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Agosto, mês do carrocho louco.

Agosto é o mês do cachorro louco, não sei se é verdade. Também dizem que toda família curitibana tem um maluco trancado no sótão. A frase é atribuída a Paulo Leminski, mas infelizmente também não tenho certeza da autoria.

Resolvi cruzar os dois assuntos e fazer um pequeno post sobre os loucos da cidade. Não vou falar dos loucos literais, mas de personagens que habitam a cidade, a identidade e as lendas dos curitibanos.

Vamos a eles.

O pajé.

Na tribo curitibana o louco que mais se destaca é o Oilman. A primeira vez que avistei o indivíduo foi no calçadão da praia de Caiobá. Somente de sunga e com o corpo besuntado em óleo, possivelmente bronzeador. Até ai nada de mais, não fosse o fato dele caminhar durante a noite e o óleo ser um tanto quanto estranho. Alguns anos depois vi o mesmo cara andando de bicicleta, sunga e óleo no Bacacheri e depois disso sua fama não parou mais de crescer. Os trajetos também não. Começou a aparecer por todos os cantos da cidade e independente do frio usava sempre sunga.
Reza a lenda que já desceu da bicicleta e deu umas palmadas num playboyzinho do Batel, mas não sei o quanto isso é verdade. Já ouvi que era professor secundarista de um grande colégio da cidade e que teria se apaixonado por uma aluna, mas tudo isso deve ser lenda urbana. Sua loucura lhe rendeu fama. Hoje tem um banda, já foi entrevistado no Programa do Jô Soares e vive sendo pauta de jornais em Curitiba.

Os três mosqueteiros.

Poty, Leminski e Dalton Trevisan.

Ser artista em Curitiba não devia ser nada fácil, pois mesmo com o crescimento e modernização da cidade acredito que ainda não é. Conquistar o reconhecimento nacional estando aqui é tarefa ainda mais difícil e os três citados acima conseguiram o que para todos parece loucura.

Poty foi desenhista. Viveu da arte e foi reconhecido mundialmente com seu traços. Têm obras em Portugal, Paris e Alemanha. Realizou exposições em Londres, Bruxelas e Washington. Seus desenhos ilustraram livros e foram usados pela BBC em um documentário sobre o Xingu. Como bom curitibano era calado, pois não precisava falar.

Leminski era poeta. Todo mundo na cidade já ouviu o ditado que diz "polaco é preto do avesso". Leminski era o avesso do avesso, pois era filho de uma negra com um polaco. Imagino o moto perpétuo de bagunça que não foi a criação do rapaz, ainda mais em uma sociedade quadradona como era a nossa. Casou-se jovem e alguns anos depois foram morar com um casal de amigos numa espécie de sociedade hippie. Trocou de esposa e saiu pelo mundo. Morreu cedo, mas marcou a cidade.

Dalton Trevisan é escritor. Se o Oilman é dos loucos curitibanos o mais louco Dalton é o mais curitibano. Avesso a qualquer badalação torna-se difícil falar da sua pessoa. Tão quieto que é recebeu o apelido de Vampiro de Curitiba, mesmo assim é considerado um dos maiores contistas brasileiros, com livros traduzidos para vários idiomas.

Borboleta 13.

Terezinha Hevane dos Santos é figura conhecida no centro de Curitiba. Ganha a vida vendendo bilhetes de loteria e jogo do bicho no Calçadão da XV e se apesar de exótica não é louca certamente merece estar aqui por ter enlouquecido vários freqüentadores da Rua das Flores com seus gritos ensurdecedores, uma espécie de mantra da jogatina. Seu ofício lhe rendeu uma entrevista no programa do Jô, a participação na gravação de uma banda local e também um patrocínio de uma loja do centro, em que ela precisa apenas usar um colete com o nome da loja e ficar gritando sentada na porta do estabelecimento. Imagino que os funcionários adoraram. Ah, ela também já tem uma versão pirata, uma senhora que grita o mesmo bordão, mas felizmente com um tom abaixo.

O midiático.

Mauro Singer é atleticano fanático, mas não desses chatos ou valentões. Mauro é inteligente pra caramba e soube usar isso para conquistar as torcidas da capital. Ele apareceu para o público num extinto programa de TV que tinha um representante de cada torcida da capital e em pouco tempo conquistou seu espaço. Fazia palhaçada de tudo quanto é tipo e criou uma audiência própria. Muitas pessoas assistiam ao programa apenas para dar risada. Pouco importava o time.
Certa vez foi fantasiado de Papa para sacanear o paranista, após uma derrota para o Roma de Apucarana. Em outra foi fantasiado de negro black power para sacanear o coxa branca.
Conheci o cara pessoalmente e posso falar que ele é uma das pessoas mais bem humoradas da cidade.

E ai, faltou alguém?