Não há o que lamentar quanto ao prejuízo do grupo americano que controla o Mercadorama. A triste notícia em questão é o ponto de abandono e descaso que o mercado mais tradicional de Curitiba chegou. A notícia de hoje é apenas mais um capítulo no processo de desmanche de uma marca que, em Curitiba, já foi sinônimo de supermercado.
Abandonei o Mercadorama em 2007. Não suportava mais as filas quilométricas, a péssima variedade de produtos e o despreparo dos funcionários. Certa vez, ao procurar um rolo de durex no Mercadorama da Victor Ferreira do Amaral o funcionário recomendou que levasse fita isolante. Já em 2007 entrei na loja da Mateus Leme pontualmente 8h. Peguei meia dúzia de produtos e ao chegar nos caixas verifiquei que não havia nenhum aberto. Moral da história, mesmo sendo o primeiro cliente a entrar na loja tive que ficar esperando na fila. Essa foi a última vez entrei no mercado, depois disso algumas entradas pontuais para poucos minutos na loja e diversos minutos na fila.
Hoje senti um certo alívio ao saber que há muito tempo não compro na rede. Imagino o estado lamentável que os hortifrutigranjeiros, laticínios, frios e tudo mais eram conservados. Para chegar ao ponto de ser lacrado a loja devia estar pior que banheiro de rodoviária. E a cereja do bolo foi a tentativa fracassada de esconder o caso tampando os adesivos de lacrado com cartazes. Mais um grande caso de fracasso na gestão de crises e desrespeito aos clientes.
