O terceiro parágrafo do seu post me deixa muito triste e demonstra que você simplesmente não leu a dissertação de mestrado da sua esposa. Empresa alguma entra em uma licitação se não puder recuperar os ganhos. Esses investimentos - de longa maturação - demandam um grande aporte inicial de recursos, com a recuperação a longo prazo. A recuperação desses valores está previsto na perspectiva de cobrança de tarifas por 15 anos.
Quanto à frase "uma nuvem negra que paira sobre as licitações" ..É preciso licitar sempre. A licitação é a forma de contratação que melhor atende aos interesses públicos e, acredite, apesar de haver algumas fraudes, é o procedimento mais fiscalizado também (fiscalização entre participantes, do MP, do TCU, etc.). Se faltar uma vírgula na documentação, dificilmente isso passará batido. Se nada vai mudar, por que licitar? Talvez para mudar o preço, para instigar os prestadores de serviço a melhor a qualidade, com medo de novos agentes, etc. e tal.
Ao que tudo indica será mesmo em abril que saberemos quais serão as empresas que ganharão por 15 anos o direito de explorar o transporte coletivo de Curitiba.
Existem três consórcios na disputa. Eles são formados por 11 empresas e disputam três lotes de linhas. Entre todos esses números não teremos nenhuma novidade, pois as 11 empresas participantes são as que já atuam no transporte coletivo de Curitiba.
Acredito que o maior desafio para uma empresa nova entrar nessa briga é o volume de investimentos que será necessário. O valor de um ônibus é elevadíssimo, um simples biarticulado custa mais de um milhão de reais, e a quantidade de carros necessária também é alta.
Claro que não podemos descartar a nuvem negra que cobre qualquer licitação que é feita no país. Isso também pode explicar o motivo de não aparecerem novos interessados em apresentar propostas, ficar com uma fatia lucrativa do transporte público da cidade e faturar alto durante os 15 anos que durará o contrato. Porém confesso que não sei se o investimento necessário seria recuperado nesse período de tempo e isso seria uma forma de afastar novos interessados pelo risco de não haver uma renovação no futuro.
Mas vamos lá, se nada vai mudar qual o motivo de se fazer uma licitação?
Os primeiros ônibus de Curitiba eram na verdade lotações particulares escassas. Durante a gestão de Nei Braga como prefeito foi feito um acordo para normatizar o transporte público e isso serviu como embrião para o atual sistema. A grosso modo os donos das lotações da década de 50 ainda são os únicos operadores do nosso sistema, uma vez que nunca antes na história dessa cidade tivemos uma licitação. Dessa vez teremos e isso servirá ao menos para jogar um pouco de luz sobre um dos principais cartões de visitas da organização curitibana. Pode não resolver o problema, mas pela primeira vez cria uma possibilidade de concorrência e a concorrência leva a um melhor serviço.
Agora é esperar e torcer. Vamos ver se ao menos a superlotação dos ônibus será resolvida.
Tenho umas opiniões pra dar: Concordo 100% com a Gi no primeiro parágrafo. Adicionando que tem muitas coisas envolvidas, das quais as mais importantes são financiamento (a empresa nao vai tirar 1 milhao do bolso pra comprar busao - vai financiar) e impostos (a empresa trabalha com sua declaração de renda para pagar menos impostos, e o executivo tem bastante flexibilidade nessa área, eu acho). No segundo, eu tenho dúvidas. Eu não sei como, mas tem que existir uma alternativa pra licitação. Licitação tem problemas: cancelar uma concessão é quase impossível na prática (eu acho); os prazos são muito longos (porque têm que ser, eu sei, mas nao deixa de ser um problema), e Gi, se nao tem chuncho, por que nao para de aparecer nota fiscal fria e tal? Tem coisa nessa licitação, certeza :)
5 comentários:
O terceiro parágrafo do seu post me deixa muito triste e demonstra que você simplesmente não leu a dissertação de mestrado da sua esposa. Empresa alguma entra em uma licitação se não puder recuperar os ganhos. Esses investimentos - de longa maturação - demandam um grande aporte inicial de recursos, com a recuperação a longo prazo. A recuperação desses valores está previsto na perspectiva de cobrança de tarifas por 15 anos.
Quanto à frase "uma nuvem negra que paira sobre as licitações" ..É preciso licitar sempre. A licitação é a forma de contratação que melhor atende aos interesses públicos e, acredite, apesar de haver algumas fraudes, é o procedimento mais fiscalizado também (fiscalização entre participantes, do MP, do TCU, etc.). Se faltar uma vírgula na documentação, dificilmente isso passará batido.
Se nada vai mudar, por que licitar? Talvez para mudar o preço, para instigar os prestadores de serviço a melhor a qualidade, com medo de novos agentes, etc. e tal.
Ao que tudo indica será mesmo em abril que saberemos quais serão as empresas que ganharão por 15 anos o direito de explorar o transporte coletivo de Curitiba.
Existem três consórcios na disputa. Eles são formados por 11 empresas e disputam três lotes de linhas. Entre todos esses números não teremos nenhuma novidade, pois as 11 empresas participantes são as que já atuam no transporte coletivo de Curitiba.
Acredito que o maior desafio para uma empresa nova entrar nessa briga é o volume de investimentos que será necessário. O valor de um ônibus é elevadíssimo, um simples biarticulado custa mais de um milhão de reais, e a quantidade de carros necessária também é alta.
Claro que não podemos descartar a nuvem negra que cobre qualquer licitação que é feita no país. Isso também pode explicar o motivo de não aparecerem novos interessados em apresentar propostas, ficar com uma fatia lucrativa do transporte público da cidade e faturar alto durante os 15 anos que durará o contrato. Porém confesso que não sei se o investimento necessário seria recuperado nesse período de tempo e isso seria uma forma de afastar novos interessados pelo risco de não haver uma renovação no futuro.
Mas vamos lá, se nada vai mudar qual o motivo de se fazer uma licitação?
Os primeiros ônibus de Curitiba eram na verdade lotações particulares escassas. Durante a gestão de Nei Braga como prefeito foi feito um acordo para normatizar o transporte público e isso serviu como embrião para o atual sistema. A grosso modo os donos das lotações da década de 50 ainda são os únicos operadores do nosso sistema, uma vez que nunca antes na história dessa cidade tivemos uma licitação. Dessa vez teremos e isso servirá ao menos para jogar um pouco de luz sobre um dos principais cartões de visitas da organização curitibana. Pode não resolver o problema, mas pela primeira vez cria uma possibilidade de concorrência e a concorrência leva a um melhor serviço.
Agora é esperar e torcer. Vamos ver se ao menos a superlotação dos ônibus será resolvida.
Removido por ordem judicial caseira ou está com medo do debate? Vc sabe que sou contra censura...
Tenho umas opiniões pra dar:
Concordo 100% com a Gi no primeiro parágrafo. Adicionando que tem muitas coisas envolvidas, das quais as mais importantes são financiamento (a empresa nao vai tirar 1 milhao do bolso pra comprar busao - vai financiar) e impostos (a empresa trabalha com sua declaração de renda para pagar menos impostos, e o executivo tem bastante flexibilidade nessa área, eu acho).
No segundo, eu tenho dúvidas. Eu não sei como, mas tem que existir uma alternativa pra licitação.
Licitação tem problemas: cancelar uma concessão é quase impossível na prática (eu acho); os prazos são muito longos (porque têm que ser, eu sei, mas nao deixa de ser um problema), e Gi, se nao tem chuncho, por que nao para de aparecer nota fiscal fria e tal? Tem coisa nessa licitação, certeza :)
Saudade de vocês!
abs
Ota
Reposte. Senão o leitor atrasado só pega o cidadão ferido, sem poder ver seu tombo. =)
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