Recebi um post de um amigo meu que também é curitibano e questionava como alguém pode gostar de Curitiba. Curioso é que essa pessoa é o mais tradicional curitibano que conheço, uma vez que sua família está na quinta geração de curitibanos.
Sinceramente, compreendo e dou razão a pergunta. Gostar daqui pode ser complicado e até difícil.
Quem nasce aqui e passa a vida vendo como o Brasil é um país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza realmente pode se perguntar por que veio para numa terra gelada com pessoas fechadas, sem uma obra da natureza que seja digna de comentários ou qquer outro atributo divíno, pode ficar encomodado, mas sinceramente acho que toda fomação cultural tem seus prós e contras.
O direito de Curitiba se achar européia é muito baseada nisso. Não somos uma cidade tão limpa como Estocolmo, não somos uma população tão educada como a parisiense, não temos a história romana, mas também não temos as praias do Rio, o ritmo baiano, a balada paulista, o folclore do nordeste... e nesse quebra-cabeça que não fecha preferimos procurar alguma semelhança com algo do que ficarm0s apontando diferenças.
Por isso acho que Curitiba é um Brasil diferente. Um Brasil que não chama atenção, pois está meio escondido fora das virtudes, mas também um Brasil que se destaca por estar um pouco fora dos defeitos. Somos um Brasil diferente, como escreveu Wilson Martins na década de 50, mas isso não significa que somos melhores nem piores. Acho que significa apenas que precisamos entender o que somos.
Sinceramente, compreendo e dou razão a pergunta. Gostar daqui pode ser complicado e até difícil.
Quem nasce aqui e passa a vida vendo como o Brasil é um país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza realmente pode se perguntar por que veio para numa terra gelada com pessoas fechadas, sem uma obra da natureza que seja digna de comentários ou qquer outro atributo divíno, pode ficar encomodado, mas sinceramente acho que toda fomação cultural tem seus prós e contras.
O direito de Curitiba se achar européia é muito baseada nisso. Não somos uma cidade tão limpa como Estocolmo, não somos uma população tão educada como a parisiense, não temos a história romana, mas também não temos as praias do Rio, o ritmo baiano, a balada paulista, o folclore do nordeste... e nesse quebra-cabeça que não fecha preferimos procurar alguma semelhança com algo do que ficarm0s apontando diferenças.
Por isso acho que Curitiba é um Brasil diferente. Um Brasil que não chama atenção, pois está meio escondido fora das virtudes, mas também um Brasil que se destaca por estar um pouco fora dos defeitos. Somos um Brasil diferente, como escreveu Wilson Martins na década de 50, mas isso não significa que somos melhores nem piores. Acho que significa apenas que precisamos entender o que somos.
4 comentários:
Clap, clap, clap! Post inspirador. Parabéns!!!
Muito bem. Isso calha com um ensaio meu, que propõe Curitiba como algo diferente de uma cidade com cultura própria, mas como um berço de possibilidades. Quietamente acolhedora, que 5 gerações atrás recebeu meus antepassados para trabalhar na terra, ela é cosmopolita e rural ainda hoje. Com lampejos de ultramodernismo e uma incômoda disposição silenciosa sobre o moderno, Curitiba está ainda para se definir. O "erro" que muitos cometem é tentar formatá-la enternamente num conceito. Se bem que esse erro é repetido em muitas cidades, mas aqui se propõe mais grave.
Uma forma de entender a capital do estado foi filosofar etimologicamente seus nomes. Curitiba é mais fácil de interpretar e mais recorrente em nossa cultura, já Paraná... Proponho uma pesquisa sobre isso. Deve abrir outras possibilidades no blog.
Abraço e obrigado pela disposição em esplanar meu comentário!
Glauber
Eu , como não sou curitibano, tenho um olhar sobre a cidade diferente do seus. Jamais imaginei que houvesse uma crise de identidade no sentido de estarem se comparando ao que não têm do Brasil ou que o Brasil, em parte, ainda não tem do que aí têm.Não acho que o resto do Brasil , veja Curitiba como sendo um pedaço pouco brasileiro. Na verdade, ela tem suas singularidades devido à sua colonização mas não é a única pois está inserida com tantas outras partes do Brasil onde o clima também é frio como no resto do Sul do Brasil e inclusive em muitos locais das montanhas do sudeste, onde houve imigração européia intensa também apesar de não- eslava.
Meu olhar de " estrangeiro" é o de que o Brasil vê Curitiba como uma cidade com alta qualidade de vida devido aos seus muitos parques, jardins,bons meios de transporte, boas soluções urbanas, um clima agradável e mesmo por seu povo diverso que conserva a tradição de vários povos europeus além de ter ótimas instituições e eventos culturais que se destacam.
Mas se formos pensar bem, a maior parte do Brasil está longe deste Brasil que está nos estereótipos do que é nacional , como o de ter praias ou de ter uma natureza exuberante, viver fazendo festas como carnaval, ser muito aberto etc. Basta pegar alguns kms de estrada para o interior que com a mudança de sotaques , também se vai mudando a cultura.Em Minas mesmo mas também no Centro -Oeste e muitas outras partes do Sul e do Sudeste, o carnaval é visto só na TV porque não se vê praticamente nada nas ruas , as pessoas são mais introspectivas, mais religiosas e mais fechadas. O que nos faz todos brasileiros é a língua que falamos, a tolerância às religiões e culturas que aqui existe , os esportes que unem a todos sob uma mesma bandeira e mesmo a história em comum. Mesmo Curitiba antes de receber as imigrações , era já uma cidade luso-brasileira como tantas outras localizadas por todo território. Cada parte do Brasil tem suas singularidades mas é , no conjunto desta diversidade e não numa uniformidade que está nossa identidade .
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