domingo, 26 de outubro de 2008

Eu já sabia.

Saiu hoje na gazeta do povo. Os Curitibanos não são maioria em Curitiba.
A muito tempo defendo essa tese, mas não tinha uma estatística oficial sobre isso. Agora tenho.

52% dos curitibanos nasceram fora, a maioria em São Paulo, Santa Catarina ou no inteior do Paraná.

http://portal.rpc.com.br/gazetadopovo/vidaecidadania/conteudo.phtml?tl=1&id=821428&tit=Curitibanos-por-opcao

domingo, 19 de outubro de 2008

Revolta Curitibana.


Na minha opinião o Curitibano é um povo passivo. Algumas vezes somos passivos até demais, mas todo mundo sabe que somos exigentes como consumidores.
Pois bem. O que muita gente não sabe é qual profundidade desse perfil de consumidor consciente, por isso alerto: Cuidado ao atender um curitibano, pois isso pode dar em morte.
No final da década de 50 o então governador Moyses Lupion instituiu uma dessas ações para arrecadar mais do tipo junte X valor em notas fiscais e troque por algo, ou ganhe algo ou concorra a algo. No ímpeto de juntar todos os recibos possíveis e imagináveis um policial exigiu de um comerciante uma nota fiscal do pente que ele acabara de comprar. O árabe achou aquilo absurdo, pois o pente custava uma ninharia e se recusou a dar a nota. Como de uma briga de um consumidor curitibano e um vendedor árabe boa coisa não sai eles foram as vias de fato.
Para tentar encurtar a história vou informar apenas que o PM teve sua perna quebrada, houve uma revolta popular e o centro da cidade foi devastado por manifestastes revoltados que destruíram a loja do árabe, dos judeus, dos italianos e também dos brasileiros. As polícias (militar e civil) foi chamada a intervir e prendeu alguns manifestantes. A população se reuniu em frente ao DP e exigiu a libertação da piazada. Os bombeiros chegaram para dar jatos de água na multidão e a população cortou as mangueiras. Junto com a noite veio a trégua e todos voltaram para suas casas para curtir a família, comentar o que havia acontecido e dormir. No dia seguinte, dispostos, o povão voltou pro centro e continuou o quebra-quebra. A polícia não conseguiu controlar a situação e o exército teve que colocar as tropas na rua para garantir a ordem. A rebelião só foi dissolvida no terceiro dia quanto todos voltaram para suas vidas de típicos curitibanos. Quietos e fechados que pulam a janela do ônibus para não pedir passagem ou pior, encostar em alguém que tranca o caminho.
Os gaúchos tem a Farropilha.
Os paulistas tem a Constitucionalistas.
Mas só nós temos a revolta dos pentes.

http://www.aenoticias.pr.gov.br/modules/news/article.php?storyid=24660
http://luizandrioli.com/blog/?p=28

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Se não tem 90º não é esquina.

Sempre achei estranho andar pelo Alto da Glória por causa das esquinas irregulares que tem por lá. O resta da cidade é praticamente todo tomado por esquinas de 90º, mas aquela região, não sei o motivo, é diferente. Pois bem, vasculhando o site do IPPUC descubro que o desenho da cidade com ruas que se cruzam com ângulos retos foi feito em 1855 por um arquiteto francês chamado Pierre Taulois.

Além dele Curitiba teve ainda o plano urbanístico de Alfred Agache na década de 40 e a instituição do Ippuc a partir da década de 60.
Somos planejados a mais de 150 anos.

A Oktoberfest que não temos*

Se inveja mata, enterrem nossos corações na fábrica da cerveja Original, em Ponta Grossa. Assistindo de longe à fuzarca da Oktoberfest, nos indagamos: o que será que Blumenau tem que Curitiba não tem? A resposta está no destino que deram aos imigrantes alemães que chegaram ao Brasil.

Depois dos portugueses, os primeiros imigrantes foram os alemães. A primeira colônia alemã foi no Rio Grande do Sul, em 1824. Em seguida Santa Catarina, em 1828, lembrando que Joinville e Blumenau foram fundadas respectivamente em 1850 e 1851. No Paraná, o fluxo migratório começou por Rio Negro, em 1829, reforçado com os muitos alemães de Joinville que se transferiram para Curitiba anos depois.

Os germanos uniram-se em grupos fechados para preservar a cultura e as tradições de seu país de origem. Fundaram no Brasil Meridional algumas das cidades mais progressistas, mas nenhuma delas tão festiva quanto Blumenau. Se a origem, a língua e a cultura são as mesmas, por que só em Blumenau a Oktoberfest germinou em terra fértil?

Que nos desculpem os antropólogos, mas eles conhecem da história apenas o que está nos livros. Existe uma explicação para as origens festivas de Blumenau. E, por extensão, a razão pela qual Curitiba não é afeita aos costumes de Munique, muito menos ao Carnaval.

O culpado foi o chefe do serviço de imigração do Governo Imperial. Um português moralista e segregacionista que separava os imigrantes conforme o ramo de atividade e os bons costumes. Quando os imigrantes desembarcavam dos navios, o almofadinha interrogava um por um e, conforme seus próprios critérios, carimbava no documento imperial o destino dos recém-chegados.

No Porto de São Francisco, sob o sol tropical, a fila de imigrantes era grande. Na sombra do cais, o funcionário da Corte perguntava:

- Profissão?

- Engenheiro.

- Pode escolher: Joinville, Rio Negro ou Curitiba?

O alemão assinalava o destino, o português sinistro carimbava o documento e chamava o seguinte:

- Profissão?

- Músico.

- Vai para Blumenau!

E vinha outro:

- Profissão?

- Professor de matemática.

- Pode escolher: Joinville, Rio Negro ou Curitiba?

O seguinte:

- Profissão?

- Cervejeiro.

- Vai para Blumenau!

Esse era o critério: médicos, advogados, contadores, engenheiros, farmacêuticos, cirurgiões-dentistas, pedreiros, marceneiros, alfaiates, costureiras, professores, ou qualquer outra profissão de utilidade para o progresso da Coroa Portuguesa tinham como opção Joinville, Rio Negro ou Curitiba.

O resto, o rebotalho, todos eram recolhidos para Blumenau: mestres cervejeiros, gaiteiros, maestros, professores de música, cantoras e cantores de ópera, pintores, escultores, floricultores, escritores, poetas, jornalistas, dançarinas, atores e atrizes, malandros e as mulheres de vida airosa também.

As únicas duas profissões com a opção de assinalar qualquer dos destinos, por uma questão de sobrevivência da colônia, eram os padeiros, confeiteiros e cozinheiras. Consta, porém, que a maioria deles preferiu acompanhar os alegres companheiros destinados a Blumenau.

Se Richard Wagner, o maestro e compositor, tivesse imigrado iria para Blumenau. Ferdinand Porsche, o inventor do Fusca, seguiria para Curitiba.

Nem todos esses imigrantes segregados restaram no Vale do Itajaí. O jornal Dezenove de Dezembro registrou que alguns deles fugiram para Curitiba, conforme podemos conferir na obra do mestre Wilson Martins, Um Brasil Diferente.

- A 10 de abril de 1869: "Ernesto Schmidt, professor de colégio, dá também lições de piano, canto e desenha em casas particulares".

- A 17 do mesmo mês e ano: "Vinagre superior. Vende-se em casa do cervejeiro João Leitner, na Rua das Flores".

Este último anúncio, ou reclame, do Dezenove de Dezembro justifica perfeitamente a Oktoberfest que não temos, e nem poderíamos ter: nossos cervejeiros eram vinagreiros de marca superior.


*Não sei qual a veracidade histórica desse texto, mas isso me parece uma justificativa verdadeira para nossa formação e também para a formação do estado de SC.

O texto é de Dante Mendonça

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

O Super especial

Em outubro de 2004 o Supermercado Festval de Curitiba recebeu um prêmio da FGV pelo trabalho de inclusão de portadores de deficiência na sociedade. Essa é uma pequena rede de supermercados de Curitiba que tem como característica o bom atendimento e a qualidade nos produtos e serviços que presta. Graças a deus tenho uma loja do Festival para ir próximo da minha casa, falo isso por que toda vez que preciso comprar algo no mercado vou tranquilo por saber que não vou perder um tempo preciso na fila.
O Festival é, na minha opinião, uma prova de que deficiente é quem não se esforça para superar seu limites. Isso por que mesmo sendo uma rede com apenas umas 5 lojas sempre tem caixas disponíveis, empacotadores dispostos e funcionários cordiais. Prova que para atender bem o cliente não é necessário um grande orçamento ou verbas internacionais.

Se todos os mercados fossem assim não seria necessário ter mercado 24h.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

51 anos da revolta dos posseiros

Em outubro de 1957 ocorreu na região sudoeste do estado a maior revolta camponesa da história do Brasil. Quer dizer, maior não, mas a única vitoriosa.
Pena que passou em branco, afinal para que valorizar nossa memória?

Estou postando um vídeo com algumas informações sobre o evento. http://br.youtube.com/watch?v=TIVuyHqtyrs&feature=related

domingo, 12 de outubro de 2008

Cadê a nossa memória?

Sinceramente não entendo por que não valorizamos nossa história. Temos passagens e personalidades super interessantes e não fazemos a menor questão de preservá-las e propagá-las.
Hoje estava me chafurdando em informações na wikipedia e fui dar uma olhada sobre duas das principais personalidades da revolução federalista (foi quando aconteceu o Cerco da Lapa). Ildesonfo Correia, paranaense, responsável pela proteção de Curitiba durante a revolução federalista e indiretamente pela possibilidade das tropas do governo Floriano Peixoto se reoganizarem e vencerem a guerra tem sua história contada de forma abreviada e fria. Já Gumercindo Saraiva, gaúcho, comandante das tropas revolucionárias tem sua história contada de forma tão floreada que parece bonito sair matando e cometendo crueldades "de forma heróica".
Não acho que eles estejam errados em contar a história pela ótica deles, pelo contrário. Só acho que temos que passar a valorizar nossa história.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Estômago.


Aproveito a onda do Festival Paraná de cinema para relembrar um dos melhores filmes que vi esse ano. Não é pq é filmado em Curitiba, mas sim pq é muito bom mesmo.
Quem ainda não assistiu vale a pena passar duas horas vendo essa história e leu e gostou de Gula do Luiz Fernando Veríssimo certamente vai gostar desse livro, por mais que a história não tenha a ver com o livro.

Fica ai a dica. Estômago de Marcos Jorge.

Um endereço e tanto pra visitar.

Me recomendaram um site interessante para todos que estão na cidade. o http://www.curitibagratis.com/ é um blog com várias opções de lazer e cultura em Curitiba com custo zero. Ainda não naveguei muito, mas garanto que vou virar usuário.

Como não tenho publicidade no meu blog vou dar um toque para quem por acaso passe por aqui. Vários blogs postam publicações e uma forma de você reconhecer o bom trabalho do blogueiro é clicando num link patrocinado. Fica ai a dica para quem for visitar esse ou qqer outro bom blog.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Renovamos 50%

Dos 38 vereadores apenas 19 foram reeleitos. 5 não concorreram e 14 foram reprovados pelo povo. Na minha opinião é um índice alto, mas acredito que deveríamos ter uma renovação de 100% a cada eleição e quem já foi eleito para o legislativo não deveria exercer o cargo novamente.

Quanto ao prefeito deu o que era público e notório. 77%.

sábado, 4 de outubro de 2008

Eleição caseira

Para meu total espanto e surpresa recebi a informação que apenas um dos sete candidados a prefeito de Curitiba não é curitibano. Maurício Furtado é catarinense e o único forasteiro do pleito.
Será que minha percepção que boa parte dos curitibanos é nascida fora está errada?

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

A copa em Curitiba - ou fora dela.

Recebi sem muita emoção a notícia que a Fifa gostou da apresentação técnica feita por Curitiba para receber a Copa. Também não fiquei surpreso com o próprio Ricardo Teixeira falando que Curitiba tem todas as necessidades atendidas para ser uma sede. O que me surpreenderá é se formos mesmo sede.
Pode parecer estranho, mas na minha cabeça Curitiba não será sede por nada nesse mundo (ou melhor, por nada nesse país) e isso por dois motivos:

1º Ricardo Teixeira é inimigo assumido de Álvaro Dias e para "punir" o desafeto vai tirar do PR a oportunidade de ser uma das sub-sedes.

2º Curitiba precisaria de poucos investimentos para estar totalmente apta a ser sede. Já temos um estádio em fase adiantada, nosso transporte é bom, somos a 3ª cidade do Brasil que mais recebe turistas estrangeiros para fazer negócio, ou seja, temos boa estrutura hoteleira e muitos outros atributos. Quer problema maior que esse para quem quer organizar um evento com o objetivo de estourar orçamentos e gastar 1.140% a mais que o planejado?

O Pan do Rio foi apenas uma pequena amostra de como é fácil queimar dinheiro público nesses eventos e um laboratório para aperfeiçoar técnicas de investimentos.