quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Covardia de um PM

Foi divulgado um vídeo de um policial militar agredindo uma criança no Parolin, em Curitiba.

Não vou falar que o marginal deverá ser expulso da corporação, punido exemplarmente ou qualquer outra coisa óbvia. Só quero que a Secretaria de Segurança Pública divulgue o nome do covarde para que a sociedade tenha direito de acompanhar qual será o procedimento e a punição.

A proteção ao nome do policial é corporativismo e uma tremenda brecha para a impunidade.

Curitibano viajante.

Com o fim do ano não sobra muito para falar sobre Curitiba que não sejam viagens. Boa parte dos moradores de Curitiba fogem da cidade indo para a praia ou o interior. As ruas ficam vazias, os congestionamentos só acontecem em frente a pontos turísticos e frenquentemente ocasionados por carros de outras cidades, muitos restaurantes fecham e vários barzinhos se mudam para a praia.

Isso corrobora o resultado de uma pesquisa que indica que o curitibano é o brasileiro que mais viaja a passeio. A média per capita da capital é 3,35 vezes ao ano, enquanto a média nacional é de 2,79 vezes.

Além do fim de ano outra data que contribui muito para esse número é o carnaval, afinal são poucos os corajosos que aceitam passar 4 ou 5 dias em Curitiba fazendo nada.

Turismo em Curitiba.

Curitiba está cada vez mais atraindo turistas que vem em busca de lazer.

Uma pesquisa feita em novembro mostrou que o perfil dos visitantes que chegam a cidade não é mais de pessoas que viajam a negócios e sim para descansar.

Algumas curiosidades que a pesquisa apontou é que 25,3% das pessoas que procuram Curitiba para passar as férias ficam 7 dias ou mais. Três regiões, São Paulo, Santa Catarina e interior do Paraná, geram quase todo o fluxo de turistas para Curitiba. Entre os atrativos turísticos mais citados pelos viajantes estão turismo cultural e histórico, com 76%, turismo ecolégico com 35,8% e gastronomia com 13,4%. Entre os pontos negativos foram citados violência, a falta de receptividade do curitibano e a desigualdade social.

Isso mostra que Curitiba está fazendo um bom trabalho na área de turismo e que ainda pode evoluir muito. Podemos focar em diferenciais como a ausência de carnaval e o inverno e muitas outra coisas e buscar aumentar a área de atração de turistas para longe das nossas fronteiras.

Vou postar aqui o link com a notícia. http://www.bemparana.com.br/index.php?n=130199&t=curitiba-se-firma-como-destino-turistico-de-lazer

domingo, 27 de dezembro de 2009

Pérola em Curitiba

A internet nos oferece verdadeiros tesouros soterrados em montanhas de lixo.
Vasculhando o google em busca de curiosidades sobre Curitiba achei uma informação que nunca imaginei que existisse.

Museu BMW de Curitiba.

O acervo teve início em 1975, quando o seu fundador, João Carlos Ignaszewski, comprou sua primeira moto BMW. De lá para cá a coleção cresceu e hoje conta com 23 motos e 12 automóveis.

O link do museu é www.motosantigas.com.br/museubmw/index.htm

Café O Pensador.

Existem lugarem que são pequenos, não muito conhecidos e deviriam continuar assim para sempre.
O Pensador é um bom exemplo.

Fica na Viscondo do Rio Branco, esquina com a Princesa Isabel. Tem um cardápio simples, mas muito bom. Sua cozinha é recheada de porções para beliscar ou pratos mais elaborados para a janta. Com a nova lei contra o fumo o lugar ficou ainda mais legal.

É uma boa opção para terminar uma tarde de verão bebendo cerveja ou para uma noite de inverno bebendo vinho.

Quem quiser mais informações pode acessar http://www.cafeopensador.com.br/.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Urano campeão.

Uma das coisas que mais me chama atenção em Curitiba é a suburbana. Não sei como os campeonatos amadores são vistos em outras cidades, mas em Curitiba a suburbana é digna de atenção.

Esse ano o campeão foi o time do Urano, situado na Vila São Pedro.

Como ponto alto da decisão posso citar a arbitragem de Heber Roberto Lopes e o blue hell feito pela torcida.

Sem dúvida um campeonato diferente.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

We are Forbes.

Matéria publicada na Revista americana Forbes coloca Curitiba como uma das 5 cidades mais inteligentes do mundo.

A matéria usa como critério de classificação o desenvolvimento econômico aliado a qualidade de vida. Além de Curitiba, completam o quadro, Amsterdan, Seattle; Singapura e Monterrey no México.

A matéria explica que Curitiba não é uma metrópole financeira como Hong Kong e Singapura, mais sim uma cidade que apresenta inovações como o sistema de transporte e os faróis do saber, bibliotecas minusculas, espalhadas por diversas áreas da cidade e que permitem entre outras coisas acesso ao mundo virual. Também fala que Curitiba consegue alcançar o sonho de desenvolvimento que o Brasil procura, sem a violência em massa, miséria e caos de trânsito comum a outras cidades sulamericanas.

Para finalizar, o jornalista faz referência a outra matéria, essa publicada na Reader's Digest que classifica Curitiba como a melhor cidade para se morar no Brasil.

Ok, a cidade não é perfeita e ainda tem muito pra melhorar, mas é sempre bom um reconhecimento imparcial, ainda mais num momento que estamos envergonhados com o absurdo do Couto.

Quem quiser ler a máteria na integra pode acessar http://www.forbes.com/2009/12/03/infrastructure-economy-urban-opinions-columnists-smart-cities-09-joel-kotkin.html

sábado, 12 de dezembro de 2009

Ruas de Curitiba - Souza Naves.

Esse post é uma homenagem a todos aqueles que não conhecem sua própria história. Estejam eles em Caxias do Sul, Francisco Beltrão ou nos EUA.

O Paraná inteiro sabia que Abilon Souza Naves seria o governador do estado em 1960. Mas sentado em uma mesa na So­­ciedade Morgenau, no dia 12 de dezembro de 1959, há exatos 50 anos, o coração do senador não aguentou. O ataque fulminante mudou os rumos da política paranaense e nacional. Não há quem duvide que muita coisa poderia ter sido diferente. Afinal, quem não gostaria de ver na liderança de um estado um político influente que, acredite quem quiser, foi tão honesto a ponto de morrer pobre?

Souza Naves era amigo muito próximo de Jânio Quadros. Foi ele quem o apoiou, em 1958, para ser candidato a deputado federal pelo PTB (Partido Trabalhista Brasileiro) do Paraná. Uma sacada política inigualável, afinal Quadros ficaria dois anos sem candidatura. Depois de concluir o mandato no governo de São Paulo, seriam 24 meses no limbo que poderiam ser decisivos nas eleições à Presidência. Quadros, que viveu sua juventude em Curitiba e estudou no Internato Paranaense, foi eleito deputado com o apoio de Souza Naves. “Isso facilitou a chegada dele à Pre­­sidência, em 1960”, explica o ex-deputado federal Leo de Almeida Neves, membro da Academia Pa­­ranaense de Letras que foi amigo próximo do senador.
Síntese


A relação política e de amizade entre Quadros e Souza Naves, diz Neves, mudaria o futuro do Brasil. Ele acredita que se o ex-senador estivesse vivo durante a Presidência de Quadros, seria a personalidade mais importante a aconselhar o então presidente a não renunciar. “O senador era uma das poucas pessoas no Brasil que Quadros ouvia. Ele poderia ter ficado no cargo porque certamente Souza Naves daria a ele o apoio que precisava. Então, teriamos evitado que João Goulart assumisse o posto e, como consequência, evitaríamos o golpe militar e a cassação de políticos que pertenciam ao partido do PTB”, afirma Neves.

Já na política do Paraná, conforme explica o jornalista Van­­derlei Rebelo, se Souza Naves tivesse sobrevivido, poderia ter dado um rumo diferente às candidaturas seguintes no estado. “Ney Braga, com a morte do senador, conseguiu ser eleito para governador (antes sabia que poderia ser derrotado facilmente). Usou do prestígio que obteve no governo para formar, pelo menos, outros três governadores futuros. Apoiou José Richa, Paulo Pimentel e Jaime Canet Júnior”, diz Rebelo, autor do livro que retrata a biografia de Ney Braga. Os três homens foram governadores do Paraná nos anos subsequentes e mantêm, até hoje, algum tipo de vínculo com a política.

Neves acredita que Souza Naves, no governo do estado, conduziria as sucessões futuras para seus correligionários : “Eu seria um indicado. Acabei assumindo, com a morte do senador, o lugar dele na vice-presidência do PTB nacional. Os outros seriam Amaury de Oliveira e Silva, Antônio Anibeli (que chegou a ser governador interino com a renúncia de Bento Munhoz da Rocha) e Nelson Maculan”, diz.

A boa relação com os agricultores, principalmente cafeicultores, foi o que levou Souza Naves a ter um reconhecimento nacional. Seu trabalho de maior repercussão, segundo Neves, foi como diretor da Carteira de Crédito Agrícola e Industrial (Creai) do Banco do Brasil. “Ele financiou a juros baixos e prazos longos a recuperação das lavouras atingidas por duas geadas consecutivas, em 1953 e 1955, que tinham arrasado a cafeicultura paranaense. Disseminou empréstimos para a diversificação da cultura agrícola e concedeu financiamentos à construção de moinhos de trigo”, afirma Neves.

Ele era mineiro de Uberaba e chegou a Curitiba porque foi transferido de cidade quando ainda exercia um cargo no Ins­­tituto de Aposentaria e Pen­­sões dos Comer­­ciários (IAPC). Casou-se com uma paulistana, teve duas filhas e uma vida simples. Quem conheceu Souza Na­­ves afirma que ele abriu mão de possíveis cargos com luxos em defesa dos necessitados: lu­­tou com os trabalhadores para conseguir aumentar o salário mí­­­­nimo.

Amigo de Souza Naves, o jor­­­­nalista David Nasser escreveu sobre a tristeza dele às vésperas do Natal de 1959. Não pôde comprar uma boneca de olhos azuis que falava meia dúzia de palavras para a filha Beatriz. Na verdade, teria dinheiro para comprar uma, mas como tinha duas filhas achou que seria injusto com uma delas (leia mais na coluna Uma boneca para Beatriz, de David Nasser, em http://www.memoriaviva.com.br/ocruzeiro/).

Doente do coração, Souza Naves já havia sofrido um infarto antes. Morreu aos 54 anos, deixando à família uma casa adquirida em um financiamento e, à população, um legado: político que é bom de verdade não enriquece às custas do povo.

Texto retirado do portal da RPC.

Ruas de Curitiba - Travessa dos Editores.

Já escrevi sobre a Travessa dos Editores, porém para minha surpresa ontem passei por ela. Não pela editora paranaense que publica livros de importantes escritores locais, mas pela rua propriamente dita.

Não sabia que existia tal logradouro e para minha surpresa ela fica a poucos metros da minha casa, quase no centro de Curitiba.

A pequena travessa, de apenas uma quadra e que faz a ligação entre a Prudente de Moraes e a Visconde do Rio Branco, recebeu esse nome em 1948 e parece que continua parada naquele tempo. Passei por lá duas vezes e nas duas cheguei a mesma conclusão. Aquele lugar não parece ser em Curitiba.

As calçadas são estreitas, as casas não tem recuo e o ar é da década de 40.

Uma paisagem que se fosse mostrada por fotos eu jamais diria que era em Curitiba.

Abaixo a lei que deu origem ao nome da Rua.

A Câmara Municipal de Curitiba, Capital do Estado do Paraná, decretou e eu, Prefeito Municipal, sanciono a seguinte lei: Art. 1º A Travessa que corre paralela a rua Júlia da Costa e Alameda Dra. Izabel e que fica entre as ruas Visconde do Rio Branco e Prudente de Moraes, passará a ser denominada "Travessa dos Editores". Art. 2º - Revogam-se as disposições em contrário. Paço da Liberdade, em 31 de maio de 1948.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Comerciais curitibanos.

Abaixo vou postar alguns comerciais que marcaram época em Curitiba.
Alguns foram exibidos só por aqui e outros são de agências ou anunciantes curitibanos que foram veiculados nacionalmente.

Um dos filmes com mais espírito curitibano que eu conheço e na minha opinião o melhor comercial institucional que a prefeitura já fez.




Café Damasco. Jingle clássico e marcante.




Som... Vitrola. -Hein?




Mais um jingle que até hoje é cantarolado por ai.




Matte Leão. Esse jingle teve vários rítmos, as esse é para mim o mais marcante.




Bicho do Paraná. Campanha institucional da RPC que deixou de ser veiculada a muito tempo, sem que eu entenda o motivo. Estou postando o único vídeo que achei, mas quem morava em Curitiba na década de 80 e 90 certamente lembrará de outros.




E você? Lembra de mais algum comercial que não entrou nessa relação?

A cidade modelo.

Ontem fui ao Rio de janeiro. A cidade estava nublada e chuvosa e durante uma conversa um amigo me perguntou o que tinha achado do absurdo do Couto. Falou que se fosse no Rio todo mundo ia falar sobre o problema das favelas, violência, pobreza e tudo mais, porém, como é em Curitiba, cidade modelo não tem justificativa. Que essa fama de cidade modelo não existe.

Fui evasivo. Respondi que quem fez o quebra-quebra foram bandidos e marginais, iguais aos que existe em qualquer outra cidade do Brasil.

No vôo de volta estava pensando sobre a conversa. De fato existe um desentendimento sobre a fama de cidade modelo. O título, que certamente não foi dado a Curitiba por nenhum curitibano, faz referência ao planejamento urbano e ações ambientais que são reconhecidas no Brasil e no mundo. Curitiba recebeu prêmios e manchetes no mundo a fora por causa do seu sistema de transporte, que foi adotado por Jhoannesburgo como solução para o transporte durante a copa 2010 e também será adotado pelo rio para 2016. Recebemos prêmios pela nossa coleta de lixo reciclável, a maior do Brasil e talvez do mundo e por outras ações que continuarão a existir, mesmo após o desaforo do último domingo. Da mesma forma o Rio continua sendo a cidade maravilhosa, mesmo depois de um dia de chuva.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

PROCURA-SE

A PM está procurando a bandidagem que aterrorizou Curitiba no último domingo.
Caso você tenha alguma informação sobre aos marginais abaixo entre em contato com o Secretaria de Segurança Pública ou com a Polícia Militar pelo fone 190.

Sinceramente, essa bandidadem precisa ser presa e afastada do convívio da sociedade.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Yes, nós temos a Broduéi*

Dia 27 de novembro, perto do meio-dia, Rua Treze de Maio parada. Momento propício para apreciar a paisagem ao meu redor. Olho para direita: Teatro Lala Schneider, Teatro Edison Ávila. Todos repletos de produções locais. Resolvo fugir do congestionamento e viro em direção à Carlos Cavalcanti: dou de cara com o Teatro Novelas Curitibanas. Chego à UFPR e avisto um cartaz de uma Opereta no Teatro Experimental da UFPR. Vou pegar o meu carro, estacionado atrás da universidade, transito novamente pela Treze de Maio, passo pelo Teatro Barracão em Cena, ao lado do Guaíra e pelo Teatro da Reitoria. Chega de teatros, preciso trabalhar.

No caminho entre a UFPR e o trabalho pensei: será que existe um lugar com tantos teatros em menos de 1 km de distância? A comparação com West End e a Broadway é automática. Se Nova York tem a Times Square, nós temos a Santos Andrade como palco de apresentações e manifestações populares.

Está certo que não podemos assistir aos musicais, mas convenhamos: Quem precisa de Cats, Bela e a Fera, Rei Leão, se temos a “Tarada do Boqueirão”? E se, à tarde, podemos levar as crianças assistir à “Dama e o Vagabundo” e eles podem tirar fotos com os atores depois do teatro?

Portanto, valorize a região da Rua 13 de Maio, nossa “Broduéi” do Primeiro Planalto. E vamos ao teatro...

*Texto da Gi.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Restaurantes de Santa Felicidade.


Bom, vou começar esse tópico falando a verdade. Não tenho certeza absoluta se o que vou escrever aqui.
Vou tentar descrever de forma rápida os principais restaurantes de Santa Felicidade e ai está o maior problema, muitas dessas descrições são feitas com base em lembranças antigas e hoje a situação pode ter mudado. Lá vou eu.

Restaurante Madalosso - Começo pelo principal restaurante de Santa Felicidade e na minha opinião o principal da cidade. O Madalosso não é um paraíso gastronômico. Lá você não vai ter uma refeição inesquecível. Não é nem o melhor restaurante de Santa Felicidade. Mas então por que eu acho que é o mais importante? Simples. Se você falar em Santa Felicidade para um curitibano na hora vai passar um vídeo dele no Madalosso. Amem ou odeiem, Madalosso é a alma de Santa Felicidade. O restaurante leva o nome da família mais tradicional do bairro, dona de vários restaurantes e que mais contribuiu para Santa Felicidade ser referência nacional de gastronomia italiana.
O cardápio do Madalosso é a essência da cucina italiana de Santa Felicidade. Frango com polenta, temperado com tradição. Entre os principais pratos estão a polenta, o frango prensado e à passarinho, lasagnas, gnhoccis, spaguetti, risoto e algumas outras opções.
Para se ter uma idéia da importância do Madalosso na cidade basta jogar o nome do seu Maitre no Google e você terá quase mil respostas (nota triste, algumas dessas respostas são sobre seu falecimento, que aconteceu no último dia 5).
Enfim, se você é turista esse é o restaurante que eu recomendo.

http://www.madalosso.com.br/index1.html

Velho Madalosso - O restaurante que deu origem a tradição da família fica bem em frente ao Madalosso. Por muito tempo ele servia exatamente o que servia no nova, mas há alguns anos o cardápio foi diferenciado e virou um restaurante mais refinado. Sai o vinho da casa e entra a adega repleta de opções. O insubstituível frango com polenta ganha acompanhamentos como nhoque com tomate seco e ao sugo, conchiglione recheado com quatro queijos e figo, e carnes assadas. O mudança foi acertada e o Velho Madalosso é sem dúvida um dos melhores restaurantes de Santa (vencedor do Veja Melhores da Cidade 2009 na categoria melhor de Santa Felicidade).

http://www.velhomadalosso.com.br

Veneza - Outro tradicional de Santa. O Veneza, na minha opinião, é o restaurante mais legal para as crianças. Lembro de quando era pequeno (para quem me conhece sabe que isso significa quando tinha mais ou menos 1,60m de altura) ir ao Veneza era diversão garantida. Na entrada do restaurante existe um parede de vidro por onde escorre água o tempo todo, nada de espetacular, mas já chama muita atenção das crianças. Agora, o ponto alto do Veneza é o castelo. Aquilo por si só é motivo para visita. Lá dentro você compra algumas lembranças e alguns produtos artesanais, mas a decoração vale a pena. Também tem uma fonte onde você joga uma moeda e faz um pedido. Na minha opinião o Veneza é uma espécie de Disneilândia medieval em plena Santa Felicidade.
O cardápio é composto pelo tradicional frango com polenta, mas também tem uma spagueteria onde você é o chef. Outra dica importante é o Alexander, batida feita com leite condensado, creme de leite, licor de cacau e sonho de valsa.

www.restauranteveneza.com.br/

Dom Antônio - Mais um restaurante da família Madalosso, mas sem ligação com os dois primeiros. Na verdade os donos, pelo que sei, são irmãos do dono do Grupo Madalosso.
O Dom Antônio foi por algum tempo o maior restaurante de Santa Felicidade. Sua composição e cardápio são muito parecidos com o Madalosso. Vários salões que podem funcionar de forma independente para pequenos e médios eventos eu que funcionam normalmente em datas festivas, como dia das mães. Quem frequenta o Dom Antônio logo percebe como ele foi construído. No centro fica a cozinha e ao seu redor ficam os salões com nomes italianos, Azzurra, Scalinata, etc...
O nome é em homenagem ao patriarca da família, Antônio Madalosso.

http://www.domantonio.com.br

Ristorante Siciliano - Não lembro bem do cardápio do Siciliano e como não achei nada na internet não vou cometer o erro de escrever sobre. O Siciliano vai entrar no post por ter a fachada mais legal de Santa. Um portal clássico com colunas quebradas.
Atualizando... o site é www.ristorantesiciliano.com.br

Cascatinha - Também não achei um site oficial, mas o cardápio do Cascatinha segue a linha do Madalosso. O restaurante tem esse nome, pois fica ao lado de um rio com cascata (artificial, diga-se). Muito usado para eventos é um cenário comum em álbuns de casamentos dos curitibanos. Também é comum ouvir falar que um noivo ou uma noiva foram para a água durante as fotos.

Churrascão Colônia - Nada italiano, o Churracão Colônia é o primeiro restaurante que você avista quando entra em Santa Felicidade. Até aqui você vai encontrar o frango com polenta, mas de outra forma. A polenta vem como aperitivo e o frango faz parte de uma das mais de 20 opções de carnes. Sem dúvida é uma boa churrascaria.

http://www.churrascaocolonia.com.br

Casa dos Arcos - A Casa do Arcos é um ótimo restaurante, mas difícil de descrever. Se pegar todos os restaurantes do blog (calculo que já tenha escrito sobre mais de trinta) nenhum vai ser tão complexo quanto esse.
O restaurante não é típico de Santa Felicidade. Aqui o frango com polenta até existem, mas soterrados por zilhões de opções.
O sistema da casa é buffet ou a la carte durante o almoço e a la carte durante a janta. Fui almoçar algumas vezes lá, sempre no buffet e o que lembro é que comia tanto que saia de lá com amnésia. Talvez isso esteja dificultando tanto falar sobre o restaurante.
Em resumo, se você gosta de variedade é a melhor opção de Santa. O cardápio tem massas, carnes, saladas, pizzas e calzones e pelo que me lembro tudo isso está no buffet.

http://www.casadosarcos.com.br

Família Fadanelli - Mais um restaurante do Grupo Madalosso, porém aqui as opções passam bem longe de um frango com polenta. É requintado, tem pratos bem elaborados e atende aos consumidores que querem qualidade. O nome é em homenagem a matriarca da família Madalosso, Rosa Fadanelli. É o restaurante 5 estrelas do grupo e para mim o mais sofisticado de Santa.

http://www.famigliafadanelli.com.br

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Cine-Re-Sonar

Estou sem mutio tempo para escrever, então vai um realese.

Não é somente um show de música. Não é apenas uma exibição de filmes antigos e remasterizados. É tudo isso, e mais um pouco, ao mesmo tempo.

A definição do espetáculo Cine-Re-Sonar que será apresentado entre os dias 26 e 29 de novembro, de quinta-feira a domingo, no teatro da Caixa (R. Conselheiro Laurindo, 260) revela para o público um projeto criativo e pioneiro no Brasil.

Idealizado pelo compositor Vadeco, a produção traz para o palco a exibição de trechos de filmes mudos realizados nas décadas de 20 e 40 por alguns desbravadores do cinema paranaense (Luis Baptista Groff, Annibal Requião e João Botelho), remasterizados e editados numa projeção de 40 minutos, que será apresentada com o suporte de uma trilha sonora inédita, interpretada ao vivo por um sexteto musical com a participação especial do músico Jr. Tolstoi (produtor do último disco do Lenine).

Afastado dos palcos há dois anos, Vadeco conta que esse projeto começou a ser desenhado no início da carreira com sua banda Vadeco e os Astronautas.

Depois de um longo tempo de amadurecimento, somado a experiência de quase uma década junto ao cinema, como sound designer e compositor de trilhas (“O Poeta”, “Brichos”), o músico e compositor teve a idéia de reunir parte do acervo dos primeiros registros filmados da capital paranaense, recuperar esse material, remasterizar e, finalmente, compor uma música para ser apresentada simultaneamente no palco com a projeção das imagens.

Na prática o público vai ter uma experiência sensorial inédita. Os seis músicos – Vadeco (direção musical), Jorge Falcón (guitarras e violões), Vina Lacerda (percussão), Fábio Cardoso (piano), Iriz Knopfholz (violino) Thomas Jucksch (violoncelo) – vão interpretar a trilha sonora sem aparecer para a platéia.

Eles estarão ocultos por uma grande tela que vai exibir imagens da Curitiba de outrora com cenas da Rua das Flores, de uma nevasca na capital e, quem diria, até da passagem do dirigível Zepelim sobre a cidade. Tudo isso embalado e sincronizado por uma música instrumental, de influência minimalista e com muitos efeitos sonoros.

“Nós estamos fazendo algo que seja contemporâneo e ao mesmo tempo que seja de fácil assimilação, pois temos certeza que o projeto vai atrair pessoas de todas as idades. Ou seja, queremos fazer algo gostoso de assistir por todos”, define o compositor.

Serviço:

Ingressos R$10 e R$5 (meia entrada)

domingo, 22 de novembro de 2009

Dia de maratona

Hoje é dia da maratona de Curiitba.
A prova é uma das mais difíceis do Brasil, se não for a mais difícil e quem vai correr vai precisar de muito apoio, pois ao que tudo indica estará um calor absurdo.

Infelizmente o que vi no ano passado não foram gritos de incentivo, mas sim xingamentos e gritos de raiva por parte de motoristas que viam seu caminho impedido. Oras, a maratona foi divulgada com bastante antecedência e quem não se programou para sair de casa que se contente com usa desorganização e respeite a prova.

Quem puder ir para a rua para incentivar os corredores será muito bem vindo.

Boa sorte a todos.

sábado, 21 de novembro de 2009

6 novos roteiros turísticos em Curitiba

A Capital Paranaense, que já tem seu reconhecimento enquanto cidade sede para turismo de eventos e negócios lançou recentemente seis roteiros turísticos de curta duração que podem ser feitos tanto por turistas que visitam a cidade a passeio, quanto por participantes de convenções, seminários e congressos, onde normalmente há pouco tempo disponível entre uma atividade e outra. A iniciativa é do Núcleo de Turismo Receptivo de Curitiba, com apoio do Sebrae/PR e do Instituto Municipal de Turismo de Curitiba - Curitiba Turismo.

"O setor de turismo de eventos e negócios está comemorando", declara Tatiana Turra, diretora executiva do Curitiba Convention & Visitors Bureau (CCVB), entidade sem fins lucrativos formada pela iniciativa privada que tem como uma de suas funções apoiar ativamente os processos de captação de eventos para a Capital Paranaense. "Para elaborar um bom projeto de captação é fundamental que apresentemos as principais qualidades da cidade, justificando que temos condição de comportar o evento e receber bem seus participantes. Ter esses roteiros à disposição é uma importante ferramenta e sem dúvida fortalecerá as ações daqui para frente", ressalta.

Os roteiros são operados por agências de receptivo especializadas e duram no máximo quatro horas. Outra característica em comum é o fato de destacarem a cultura, a gastronomia, a história e a diversidade do comércio da cidade. O roteiro "Curitiba Multicultural", por exemplo, apresenta as principais etnias que colonizaram a Capital Paranaense, mostrando a miscigenação curitibana. O passeio oferecido pela BWT Operadora dura três horas e tem início no Memorial Árabe, passando pela Mesquita Muçulmana, Praça do Japão, Bosque do Papa, Bosque do Alemão, Santa Felicidade e Parque Tingui. O roteiro comprova que Curitiba é fruto do esforço de imigrantes que, a partir do século XIX, deixaram como herança sua riqueza cultural e histórica. As saídas acontecem todos os dias em dois horários, às 9h e às 14h, para grupos de no mínimo duas pessoas. O passeio custa R$ 90,00 por participante. O site da empresa é o www.bwtoperadora.com.br e as reservas podem ser feitas pelo fone (41) 3888-3488.

Para quem gosta de apreciar seus passeios a pé, a opção é o roteiro "Caminhando por Curitiba" da operadora Special Paraná. O roteiro leva o visitante a conhecer a história e a cultura de Curitiba em um animado passeio pelo centro da cidade. Uma caminhada de aproximadamente cinco quilômetros e três horas de duração passando por ruas e pontos turísticos de Curitiba, temperada por anedotas contadas ao longo dos últimos 350 anos da cidade. As saídas acontecem de segunda a sábado também em dois horários, às 9h e 14h para grupos entre duas e dez pessoas. O passeio custa R$ 50,00 por participante e as reservas podem ser feitas pelo fone (41) 3232 1314. O site da empresa é o www.specialparana.com.

Ainda fazem parte do cardápio de novos roteiros o %u2018Esporte Tur em Curitiba', oferecido pela Kallisté Turismo (www.kalliste.com.br), %u2018De Bar em Bar', da MMS Turismo (www.mmsturismo.com.br), %u2018Passeio de Compras em Curitiba', da Onetur (www.onetur.com.br), e o %u2018Caminhos da Arte Paranaense', da Sermann Turismo (www.sermann.com.br).

Mais informações sobre o Núcleo de Turismo Receptivo de Curitiba podem ser encontradas no site www.receptivocuritiba.com.br.

(Alléttera Comunicação Empresarial)

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Festival de Cultura do Paraná.

Já havia escrito sobre o Festival a um tempo atrás e agora vou reforçar a informação.

De hoje até sábado acontece o Festival de Cultura do Paraná. Evento cultural com mais de 50 atrações que estará espalhado pelo corredor cultural de Curitiba (Largo, Santos Andrade e Reitoria).

Vale a pena passear por essas áreas, para aproveitar o calor e o evento.

Vinheta Festival de Cultura do Paraná (Dias 19, 20 e 21 de novembro) from Soylocoporti on Vimeo.

sábado, 14 de novembro de 2009

Ano da França no Brasil.

Estou na Praça da França no evento que encerra as comemorações do ano da França no Brasil, me preparando para uma feira gastronômica da culinária mais cconceeituada do mundo.

O evento, na minha opinião, já valeu a pena por dois motovos. Descobri onde fica a praça da França e conheci a história do primreiro Ás da aviação de guerra francesa, o curitibano Pierre Clostermann.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Muthar Kent em Curitiba

Nessa quinta-feira esteve em Curitiba (ou quase isso, afinal ele foi do aeroporto de SJP até Fazenda Rio Grande) o Sr. Muthar Kent.

Pelo nome ninguém sabe quem é, afinal ele não é um super star, mas sua importância no mundo é inegável, pois trata-se do Presidente Mundial da Coca-Cola.

Ele participou da inauguração da nova fábrica da Mate Leão, e sua visita deve-se ao fato de ser"a primeira fábrica “verde” da Coca-Cola na América Latina. O desenvolvimento do projeto seguiu conceitos de sustentabilidade e os padrões da certificação Leadership in Energy and Enviromental Design (Leed).

A construção tem os princípios da bioarquitetura, com a economia de energia mediante a utilização de telhas translúcidas. A fábrica ainda possui um telhado verde (com grama), ventilação natural (que permite a redução no uso do ar condicionado) e reaproveitamento da água da chuva (para os banheiros, limpeza e irrigação)."

Por outro lado, acredito que o nosso mate, bebida mais tradicional de Curitiba e que foi base da economia local no século XIX, está entrando em uma outra fase de expansão mundial.

A Pepsi tem uma linha mundial de chás, o Lipton Ice Tea, feito com o típico chá preto inglês. Agora a Coca-Cola tem um produto, na minha opinião, de qualidade infinitamente superior e mais saboros. Não ficarei surpreso em ver, daqui alguns anos copinhos de Lion Tea a venda do outro lado do mundo.

Sexta-feira 13?

Não sou supersticioso (nem sei se é assim se que escreve), mas hoje foi um dia atípico em Curitiba.

Começamos a manhã com uma capivara solta em pleno Batel, fazendo a cidade parar para acompanhar a captura do pobre animal.

Depois, com bem menos repercussão, tivemos um protesto solitário de uma senhora de 54 anos, nua no Bigorrilho protestando contra a construção de um supermercado, pois no terreno houve um genocídio de árvores.

Por fim, fui surpreendido com a notícia que os animais do zoo estão sendo presenteados diariamente, de diferentes formas, para terem seu estresse reduzido.



Enfim, uma sexta-feira 13 com uma notícia triste, uma ridícula e uma interessante.

Essa é a minha Curitiba.

Padre Germano Mayer

A rua Padre Germano Mayer corta alguns bairros de Curitiba a construção mais importante que tem nela é sem dúvida a igreja do Cristo Rei.

Essa é uma das igrejas mais bonitas da cidade. Construída em forma de navio ela foi erguida em um terreno doado pelo Colégio Nossa Senhora de Lourdes à congregação palotina. O padre responsável pela construção da primeira igreja (não a atual que só foi construída na década de 70) foi o próprio Germano Mayer.

Germano José Mayer era um padre com vocação para construir igrejas. Após sua passagem por Curitiba ele foi para Maringá, onde também virou nome de rua, e ficou conhecido por ter um fusca preto (ou fuque preto como se diria em Curitiba há uns 30 anos atrás).

Porém a história do padre e seu fusca tiveram um final triste. Após nova transferência Germano Mayer estava vivendo em Arapongas e morreu em um acidente automobilístico.

Parte dessa história foi contata pelo programa Ruas da História da Rádio CBN Maringá. Quem quiser pode conferir o áudio clicando aqui.

D. Louis Bistrot

Definitivamente a Rua Schiller e suas cercanias estão se consolidando como uma opção de comida boa e barata em Curitiba. Já falamos do Cantinho Árabe, do Bella Banoffi, da Cantina do Délio e do Beto Batata. Faltava conhecer o D. Louis Bistrot, que fica ao lado da Cantina do Délio.

Por conta do trabalho de ambos e do mestrado da Gi, fazia tempo que não saíamos para jantar. Decidimos ir a um restaurante “caro”, pois a ocasião merecia um jantar a altura (nove anos de namoro). Lembramos do restaurante francês do Jardim Ambiental e nos preparamos para deixar um bom dinheiro lá.

Depois de observar o menininho andando de skate, chegamos ao restaurante. Do lado de fora, observamos um cartaz que continha uma coisa interessante: a rolha é livre, ou seja, você leva seu próprio vinho e não paga mais por isso.

O restaurante proporciona uma experiência sensorial interessante: parece que estamos mesmo na França, em lugares como os da Rue Oberkampf, só que com mais espaço. Cheiro, cor, garçom: tudo parece montado para nos fazer viajar até Paris.

Para nossa surpresa, os preços são convidativos. Cerca de 20 reais para um prato de risoto com salada; 32 reais por um prato de mignon.

O garçom possui um forte sotaque francês e é muito solícito. Na mesa ao lado perguntaram se era normal o restaurante estar tão vazio (tinha apenas quatro mesas). Ele encarou a senhora que fez essa pergunta e disse: “Estamos no Brasil e é quarta-feira. Quem virá em um restaurante francês tendo jogo de futebol para assistir?”. Tudo no maior bom humor.

Fizemos uma competição para ver quem tinha escolhido o melhor risoto: Brie com Cogumelos Paris ou Gorgonzola com Tomate Seco. Sinceramente, não conseguimos escolher qual era o melhor.

Maiores informações pelo site www.louisbistrot.com.br

O fechamento do Cine Luz.

Hoje fiquei sabendo que o Cine Luz não existe mais, pelo menos por enquanto.

Ontem, dia 12 de novembro, aconteceu a última sessão de cinema nas instalações da rua Xv de Novembro. O fechamento porém não é pela situação econômico ou pelo avanço das redes de cinemas nos shoppings, mas sim por que a estrutura atual não atende as novas exigências de segurança.

O Cine Luz será reaberto em um novo local, na Rua Riachuelo e fará parte da reestruturação da via. No mesmo local será reaberto também o Cine Ritz, que antes ficava no calçadão, embaixo da C&A.

É bom saber que os cinemas de rua vão continuar existindo. Mesmo sendo mantidos pela prefeitura e com uma seleção de filmes mais alternativos é sempre uma boa opção de lazer.

Palácio Avenida.


Bom, falando em natal não podia deixar de postar uma informação sobre as apresentações no Palácio Avenida.

A mais tradicional ação natalina da cidade inicianda lá no começo da década de 90, muito antes do HSBC comprar o Bamerindus, está confirmada para esse ano.

As apresentações acontecerão de 27 de novembro a 20 de dezembro e irão mostrar como são as comemorações de natal em outros países. O coral desse ano será formado por 160 crianças que participam dos projetos socio-educacionais do HSBC.

Para quem é de Curitiba ir ao Palácio Avenida é um tremendo programa de índio. As ruas ficam lotadas, pessoas se acotovelam e é um calor insuportável, mas para quem vem de fora é um programa imperdível, afinal de contas, quando somos turistas não estamos preocupados com conforto, mas sim com boas lembranças, por isso acho que é um programão.

Cidade Luz.

A prefeitura anunciou há alguns dias um plano para incentivar os moradores de Curitiba a decorar suas casas para o natal. Se tudo der certo Curitiba será a Capital do Natal.

A proposta prevê uma compensação financeira aos moradores que iluminarem suas casas e ruas, fazendo com que a prefeitura pague parte do valor gasto com a iluminação.

Lembro que no início dos anos 90 existia uma ação em Curitiba nesse sentido. As pessoas eram convidadas a enfeitar suas casas e suas ruas e uma comissão escolhia a melhor decoração. Os premiados apareciam em comerciais na Tv Paranaense e recebiam troféus simbólicos.

Acho que pagar parte da conta de luz pode incentivar alguns moradores, como aquela senhora que enfeitava sua casa no Bacacheri, mas não vai trazer tanto resultado. As vezes o que se precisa é de uma comunicação mais efetiva e um estímulo competitívo.

Os resultados da proposta serão vistos em breve, só ai saberemos se a idéia da prefeitura realmente funcionou.

Os Sem Floresta - versão curitibana.

Hoje, como já havia acontecido em setembro, uma capivara causou agito em Curitiba. O dócil animal se desprendeu da manada (não faço idéia de qual é o coletivo de capivaras) que habita o Barigui e andou cerca de 4km até chegar ao Batel.

Não é de assustar que ela tenha ido ao Batel, já que tanta gente que mora no Batel vai todos os dias passear no Barigui, mas na verdade o preocupante é que em pouco mais de dois meses esse é o segundo caso envolvendo capivaras andarilhas pela cidade.

Algo de errado está acontecendo. Esses animais habitam o parque há diversos anos e nunca haviam sido avistados fora da fauna bariguiense.

Será que estão procurando pelo jacaré?

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Pista de Skate do Ambiental.

Curitiba tem uma rua que é tomada por equipamentos de recreação, em uma região que já foi exclusivamente residencial e hoje começa a se tornar uma região de restaurantes interessantes.
O principal atrativo dessa rua, hoje conhecida como Jardim Ambiental, é a pista de skate. Esse lugar fica muito movimentado nos finais de semana, mas também é bem aproveitada durante a semana.
Ontem fui jantar num dos restaurantes da região e fiquei vendo os skatistas "brincarem" (uma observação, sou desajeitado, nunca subi num skate e por isso não sei qual seria o termo correto a usar, por isso coloquei brincar entre aspas). Duas coisas me chamaram a atenção.

A primeira foi a forma respeitosa que cada um esperava sua vez de usar a pista. Estavam uns 6 skatistas aguardando, cada um usava a pista sozinho e quando caia era a vez de outro. Eles nem se falavam, afinal a pista fica em Curtiba, oras, mas havia um enorme respeito pela ordem.

Outro ponto que me chamou muita atenção foi um pequeno skatista, que deve ter uns 5 anos de idade, e suas manobras. Fiquei realmente impressionado com a qualidade do menino, que tinha um pai (para não falar técnico) ao lado ensinando tudo que deveria ser feito. As manobras do baixinho eram as mais difíceis, sem dúvida.

Essa foi a segunda vez seguida que passo pela pista durante a noite e o baixinho está lá. Fica ai a dica para quem for passar por ali durante a noite, veja se não tem um mini skatista super talentoso usando a pista.

domingo, 8 de novembro de 2009

A Seleção em Curitiba.

A CBF escolheu Curitiba para a pré-temporada da Seleção na preparação para a copa de 2010.
O time canarinho ficará entre 7 e 10 dias no CT do Cajú, fazendo a preparação física antes de embarcar para a África do Sul.
O que me chama atenção é que a CBF não tem a mesma postura quando se trata do mando dos jogos. Dificilmente a seleção joga por aqui, esse ano perdemos o mando para Campo Grande, e nas eliminatórias só lembro de um jogo (contra o Uruguai em 2005).
Temos ai uma boa oportunidade para pressionar a cúpula da CBF e reverter isso.

sábado, 7 de novembro de 2009

Acessos internacionais.

Estava vendo os locais que "enviaram" leitores para o blog e me deparei com um número que me surpreendeu. Ao todo 24 países já visitaram o latitude.

Outra surpresa que tive foi o aumento espantoso de acessos vindos dos EUA. Até julho a média de acessos era de 1 a cada 2 meses, mas de agosto em diante passou a ser mais de 10 por mês.

Nesse momento criei uma rápida esperança que algum mega investidor Yankee da Nasdaq estivesse de olho em uma boa oportunidade de investimento no hemisfério sul, porém bastou ver de onde vinham os acessos para minha esperança virar uma conclusão óbvia. Quem está acompanhando o blog é o Ota, que um dia será, mas ainda não é um mega investidor Yankee.

Outro país que gera uma quantidade legal de acessos é a Inglaterra, mas ai também conheço a visitante, a Lu.

Abaixo coloco a relação atualizada de países visitantes (em ordem de acessos).

Brazil
Portugal
United States
United Kingdom
Japan
Germany
Spain
France
Belgium
Italy
Switzerland
Sweden
Argentina
Netherlands
Angola
Poland
Bolivia
Australia
Colombia
India
Netherlands Antilles
Iran
Russia
Mozambique
Chile

sábado, 31 de outubro de 2009

Inovações do Estar.

Agora que falei sobre o Estar vou falar das modernizações pelas quais o Estar está passando.

A primeira delas foi a troca das folhas, que antes eram em papel comum e agora são impressas como "raspadinhas". Dessa forma o motorista não precisa mais riscar os campos, mas sim raspar com a chave. Facilitou um monte pq nem sempre você tem uma caneta no carro, mas o cartão antigo também permitia a perfuração com chave.

A "nova novidade" é que agora você pode regularizar suas multas através da internet. O processo é um pouco mais caro, já que será necessário o pagamento do boleto bancário (R$ 1,50), mas como as periquitas nunca aparecem quando nós precisamos vale o preço da comodidade.

Pela internet, a regularização do EstaR deve ser feita no site da Urbs - www.urbs.curitiba.pr.gov.br - clicando sobre "Regularização do EstaR" na direita da página. O sistema vai solicitar a série e o número do cartão, abrindo uma segunda janela onde são solicitados dados como placa do carro (letras e números), data e hora da ocorrência. A partir daí basta imprimir o boleto, que poderá ser pago até a data do vencimento, em qualquer agência bancária.

A "novíssima novidade", ou melhor, futura novidade é que a prefeitura está estudando uma forma de compra dos cartões de Estar através do celular. Isso ainda não está funcionando, mas o usuário irá enviar um SMS para um determinado número e receberá 10 créditos de Estar, quando deixar o carro na rua enviará um SMS e terá um dos créditos consumidos. A maior vantagem desse sistema é que se o motorista precisar ficar um tempo maior que o planejado não precisará voltar ao carro para colocar um novo cartão, bastará enviar outro SMS.

Sistema Estar.

O Estar (Estacionamento Regulamentado)de Curitiba é uma forma de evitar que os motoristas estacionem os carros nas áreas mais movimentadas da cidade por um período maior que duas horas (algumas ruas permitem o estacionamento por até três horas). Esse sistema serve para provocar o rodízio de vagas de estacionamento ne centro, favorecendo os comerciantes.

Muita gente não gosta do Estar, acha que é uma forma de arrecadar dinheiro inventada pela prefeitura e que não oferece nenhum benefício ao cidadão, eu discordo.

Mas o que acontece quando o carro é estacionado sem o cartão ou por tempo superior ao permitido?

Multa. Quem comete a infração é multado por estacionamento irregular (R$ 53,20 e mais alguns pontos na carteira), porém a Prefeitura permite uma flexibilização conhecida por pouca gente.

Quando você é multado pelas periquitas (apelido dado aos agentes de transito, pois até 1998 usavam um uniforme verde) você tem 5 dias para regularizar a situação antes que a multa seja emitida. Essa regularização é bastante simples, basta encontrar uma periquita na rua, apresentar a multa e comprar um talão de Estar novo. Uma das folhas do talão será retirada, para compensar a folha que deveria ter sido usada anteriormente e você levará para casa um talão com nove folhas.

Acredito que essa seja uma forma justa de "punir" o motorista, que terá que procurar pelo agente de trânsito e terá que comprar um talão completo. O talão poderá ser usado em datas futuras, sem maiores prejuízos.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Atletiba II

Post rápido, só para lamentar a barbarie do atletiba. 1 morto, 28 ônibus depredados, 300 mil de prejuízo para a cidade e nenhum culpado.
Resta saber se o assassino vai responder em liberdade.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

P-47 Thunderbolt na praça.


Curitiba tem uma verdadeira raridade exposta em praça pública. O P-47 Thunderbolt da praça do Museu do Expedicionário é uma relíquia que já recebeu propostas de vários lugares do mundo, mas continua lá, pois é um patrimônio da cidade.

O autor da façanha foi o Sr. Eronides Cruz, veterano do 1.º Grupo de Aviação de Caça que na década de 60 descobriu a existência de dois aviões P-47D no Bacacheri e colocou na cabeça que um deles, o que estava inteiro, deveria ser colocado como enfeite em frente a Casa do Expedicionário. Como quem participa de uma guerra o veterano foi atrás e conseguiu não só a autorização da aeronáutica como também uma parceria para a construção da base onde ele se encontra até hoje, em posição de voo, e o transporte.

O ótimo estado de conservação, apesar da atitude de alguns vândalos, fez com que o caça recebesse um série de ofertas de compra, chegando a centenas de milhares de dólares, mas nada foi capaz de tirar a aeronave de lá. “Amigos meus às vezes vêm fazer algum comentário e dizem ‘o seu avião isso, o seu avião aquilo’. Meu coisa nenhuma. Não é meu, não é da Legião, agora ele é dos curitibanos” disse o veterano.

Outra curiosidade sobre esse avião é que ele teria sido pilotado por Alberto Martins Torres, avô do ator Jonas Torres que na década de oitenta fazia o papel do Bacana na Armação Ilimitada.

Quem quiser saber mais sobre o avião e essa história pode acessar o site da Gazeta do Povo e ler a matéria que eles fizeram a alguns dias.

http://portal.rpc.com.br/gazetadopovo/vidaecidadania/conteudo.phtml?tl=1&id=934816&tit=O-sobrevivente-da-praca

Atletiba

Domingo é dia de Atletiba. Podia prever o quebra quebra nos terminais, a impunidade aos bandalheiros, a PM achando justificativa, as organizadas se passando por coitadas e injustiçadas... Mas Atletiba não é feito para ser previsto, por isso vou deixar as previsões de lado.

Ok, mas para que ser o post então?

Simples, para comentar que dos 22 jogadores que devem começar o jogo só um é curitibano. Pedro Ken é o único filho da terra no clássico, joga no coxa e por ironia é atleticano (é o que dizem pelas ruas da cidade).

Pois bem. Agora só resta torcer para que Ken seja o único curitibano a perder algo no domingo e que a maloquerada não se mate, quebre ônibus, carros, casas e o resta da cidade.

Suburbana

O campeonato paranaense 2010 nem começou e já está com cara que não acaba. A federação não consegue organizar uma porcaria de campeonato que já tem uns 70 anos, pq simplesmente não consegue fazer uma fórmula de disputa clara, amadorismo puro.

Por outro lado, se os dirigentes profissionais são amadores, os dirigentes amadores são muito profissionais.

A suburbana de Curitiba é um evento e tanto. Tem notícia nos jornais, data específica em alguns programas esportivo e até direito a voto para presidente na federação paranaense (isso talvez explique alguma coisa).

Times como o Combate Barreirinha, Urano, Vila Fanny e Capão Raso são muito familiares a um curitibano que gosta de futebol.

Para se dar uma dimensão do tamanho do profissionalismo, Ricardo Pinto ex-goleiro do Atlético foi campeão suburbano depois de deixar o futebol profissional.

Ascendência curitibana.

Em qualquer lugar do mundo falar sobre o clima é normal. O assunto serve para puxar conversa, para encerrar conversa, para tapar aquele silêncio branco que surge as vezes, enfim é um assunto e tanto.

Em Curitiba existe um outro assunto muito popular que causa uma certa desconfiança em quem não é daqui (diria que para que não é do sul, para ser mais exato).

Para mim é muito normal perguntar a ascendência de uma pessoa. Várias vezes, o assunto aparece numa primeira conversa, algo como "seu sobrenome é Czalcivizk! Vc é descendente de ucranianos ou poloneses?"

Até os 26 anos tinha certeza que isso era a coisa mais natural do mundo, porém comecei a trabalhar com uma baiana, que já no primeiro dia falou que isso era coisa de Curitibano e que gostávamos de nos achar europeus. Um pouco é verdade, mas quem é daqui sabe que a essa resposta leva a deduzir algumas características da pessoa, pois reflete a forma como ela foi educada.

Cheguei hoje do Rio de Janeiro, onde estava trabalhando, e numa conversa de almoço comentei sobre isso. Falei que era muito normal perguntar isso por aqui e de como aqui é comum saber de qual país os pais, avós, bisavos vieram, comentar costumes de cada tipo de família (italiano vive junto e em meio a bagunça, alemão é todo certinho e rígido, festa de polaco é imperdível, japonês sempre vai roubar sua vaga na UFPR, etc...).

Ascendência é uma característica daqui. No resto do país, como dizia a minha amiga baiana, ascendência é frescura.

domingo, 18 de outubro de 2009

Toque de recolher.

Vi o caos que virou o Rio de Janeiro ontem. O problema não é localizado e tende a piorar nos próximos anos, quando bem ao estilo brasileiro vamos resolver a situação do Rio para as Olimpíadas e deixar o resto do país vulnerável.
Não me resta dúvida que Curitiba sofrerá uma onda migratória de parte dos traficantes cariocas. Mais armados e com uma renda maior vão entrar em Curitiba disputando espaço na bala e o que vimos no Rio ontem acontecerá por aqui em uns 5 anos.

Pode parecer um post deprimido, mas espero que não seja um post profético, se bem que na verdade não estamos muito longe do Rio na questão de violência, a nossa "vantagem" é que nossas desgraças não são expostas para o mundo inteiro. Até toque de recolher os traficantes dos pinheirais já impõe.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Futebol americano

Curitiba sediará em dezembro o primeiro campeonato paranaense de futebol americano.
A idéia pode parecer estranha, mas o fato é que a bola oval ganhou muitos adeptos na cidade nos últimos anos.

Com três times da capital, dois de Ponta Grossa e um de Foz do Iguaçu o campeonato acontecerá nos dias 4,5 e 6 de dezembro em local ainda não definido.

Outros três times tentaram participar, mas como não contam com equipamentos completos não foram aceitos.

Quem entende um pouco das regras do futebol americano sabe que não é um esporte que distribui porrada e empurrões para todos os lados. o FA é um esporte muito legal e vale a pena conferir como será esse campeonato.

http://blog.fpfa.com.br/

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Água Ouro Fino.

Não estou em Curitiba. Estou em Porto Alegre e faço esse post só para registrar minha surpresa e espanto ao pedir uma água com gás num restaurante e receber uma garrafa de Ouro Fino.

Qquer pessoa que é de Curitiba está habituado a beber Ouro Fino em qquer lugar, pois essa é a principal água mineral da cidade, mas essa expansão do produto para o RS não é uma tarefa fácil, uma vez que as garrafas são de vidro.

Enfim, nada de importante, mas fica o registro.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Primavera glacial.

Estamos iniciando o mês de outubro debaixo das cobertas. 10 dias de primavera e ao que tudo indica nenhum sinal de calor, sol, flores abrindo... enfim, vamos ter que manter os cobertores e agasalhos bem próximos para suportar a primavera glacial curitibana.

Previsão para hoje, mínima 10 máxima 18.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

As maiores do Sul.

A Revista Amanhã divulgou seu ranking anual com as maiores empresas do Sul.

Entre as 10 primeiras empresas temos 3 com sede em Curitiba,(HSBC, Banestado/Itaú, Copel) e mais duas no Paraná (Vivo em Londrina e Itaipu que não estou considerando como Curitiba por não ter a absoluta certeza que o principal QH seja aqui). Entre as 30 primeiras temos 13 empresas com sede no Estado, sendo que 8 estão em Curitiba, uma em SJ dos Pinhais e outras 4 no interior.

O que me chama atenção nesse ranking é que as grandes empresas com sede em Curitiba são na verdade multinacionais, enquanto que as grandes empresas com sede em Porto Alegre são, na maioria, gaúchas.

Segue o ranking e o link.

10 Maiores da região
1. Gerdau
2. Vivo
3. Bunge Alimentos
4. HSBC
5. Copel
6. Perdigão
7. Refap
8. Sadia
9. Itaipu
10. Weg

Paraná
1. Vivo
2. HSBC
3. Copel
4. Itaipu
5. Renault
6. Coamo
7. Klabin
8. ALL
9. Kraft Foods
10. GVT

Expovinhos no Mercado Municipal

Começa amanhã a primeira Expovinhos de Curitiba.
O evento será no Mercado Municipal e contará com 20 vinículas e importadoras que atuam em Curitiba.
O evento terá degustação de vinhos, palestras, e cursos de culinária. A entrada custa R$ 25,00 e para assistir aos cusros e palestras os interessados devem agendar por telefone.

Expovinhos no Mercado de Orgânicos
Data: de quinta-feira (1) a sábado (3)
Horário: das 14h às 21h
Local: Mercado de Orgânicos, Rua da Paz , 6085, ao lado do Mercado Municipal
Informações: (41) 3363-3764

O guincho e o trânsito.

Passei o mês de setembro praticamente todo viajando. Fiquei poucos dias em Curitiba e ontem tive uma grata surpresa.

Estava transitando pela Martin Afonso, uma das principais avenidas da cidade, quando mudei para a faixa da esquerda. Pude atravessar as inúmeras quadras sem ser importunado por carros estacionados lá. Constatei que o estacionamento naquela via era proibido a muito tempo, mas nunca havia sido realmente praticado por meia dúzia de mal educados motoristas Curitibanos.

Não sei se os guinchos fizeram o trabalho ou se apenas o medo de ser guinchado fez com que em um instante a cidade ficasse mais educada, mas de toda forma fiquei feliz em ver que os folgados da cidade estão com os dias contatos.

Bicicletas em Curitiba*

Gosto de andar de bicicleta, mas o amor pela corrida fala mais alto e sempre fico com receio de não descansar e não conseguir correr direito.

Alguns dias na Alemanha reavivaram meu gosto pelas bicicletas. Lá, existem ciclovias que ligam uma cidade a outra. Seria o mesmo que haver uma ciclovia daqui até a praia, sem necessidade de os ciclistas utilizarem os acostamentos para isso. Nas cidades em que visitamos, TODAS tinham ciclovia e ciclofaixas. Além disso, havia uma profusão de bicicletários pela cidades.

Pois bem. Dentro dessa vontade louca de andar de bicicleta, como meu carro está na oficina e como o maridão está trabalhando um monte, resolvi tirar a magrela do depósito do prédio. Ela estava lá, com os dois pneus vazios, empoeirada...

Enchi os pneus e fui para a academia. 22 minutos na ida, 20 na volta (sprint negativo). Pude perceber o seguinte: Curitiba não é uma cidade preparada para bicicletas. Não tem ciclovia ou ciclofaixas que ligue as Mercês ao Juvevê, por exemplo. Não tive qualquer problema com motoristas, mas ressalto que andei fora da hora do rush. Pelo contrário, todos os motoristas respeitaram essa ciclista, inclusive na rotatória do Centro Cívico.

Cheguei na academia, tinha bicicletário, ufa. Corri por trinta minutos, fiz musculação, voltei para casa. Sofri um pouco mais nas subidas. Amanhã tenho natação e musculação. Se for de bike, vou estar quase treinando para um triathlon...eheh.

No espírito de largar o carro e investir mais na bike, fui fazer uma pesquisa na internet e deparei-me com o censo dos ciclistas de Curitiba. Achei vários sites interessantes, mas o que me chamou atenção foi mesmo o censo, disponibilizado em http://bikereportercuritiba.blogspot.com/ e em http://transportehumano.wordpress.com/



Percebe-se que a mulherada, como um todo, não anda de bicicleta. Por que será? É muito assustador esse dado e a discrepância entre ele. Talvez ligando o motivo do uso da bicicleta (o trabalho) com a questão de gênero, o elemento vaidade fale mais alto. De fato, há um mito de que é complicado chegar suada no trabalho, sem poder usar salto. Mas quer elemento de vaidade maior que “emagrecer”? Toda mulher deseja emagrecer e a magrelinha ajuda a perder algumas calorias.

Além disso, percebe-se que as classes com maior poder aquisitivo e com maior instrução não usam a bike. Na Alemanha, pude ver engravatados andando de bicicleta. Mas como no Brasil, andar de carro confere “status” a pessoa, talvez seja por isso que os mais abastados não andem de bicicleta. Há um preconceito contra as bikes.

No que depender de mim, vou continuar a usar a bicicleta sempre que possível. Acho que não conseguirei ir trabalhar de bike, mas fazer todo o resto é possível!

*mais um texto da Gi.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Curitiba, capital do Brasil.

Não sabia disso, mas Curitiba já foi capital do Brasil.
Em 1969, após ser decretado o AI5 o presidente Costa e Silva transferiu a capital do país, por um curto espaço de tempo, para Curitiba.

Estou postando uma reportagem da Record que fala sobre isso.

Radares em teste

Passei pela Av. Maurício Fruet esse final de semana e levei um susto. A prefeitura instalou uns 20 radares ou lombadas eletrônicas ali, bem ao lado da Vila Capanema.
Logo vi que eram equipamentos em teste, mas a aglomeração me chamou a atenção.

Procurei na internet e vi que os equipamentos não estão multando e foram instalados também na Kennedy. O objetivo da prefeitura é colocar todos os radares em condições iguais para que nenhuma empresa que participa da licitação saia em desvantagem.

Agora é esperar para ver os apressadinhos atravessando a fila de equipamentos em alta velocidade só para fazer graça.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Porque não somos argentinos?

De passagem pelos canais da TV me deparo com uma matéria na TV justiça sobre um incêndio que aconteceu numa balada de Buenos Aires há 5 anos. Essa semana aconteceu o julgamento do caso e as penas foram pesadas. O dono da casa noturna pegou 20 anos, pois as saídas de emergência não estavam 100% abertas. O agente da banda pegou 18 anos e o delegado que permitiu o funcionamento do estabelecimento pegou mais de 15.
No momento que vi a matéria me lembrei de um caso trágico que aconteceu aqui. Em junho de 2003 foi realizado o evento “Unidos pela Paz” no Jockey Clube e a desorganização, incompetência e o descaso tupiniquim causaram a morte de três adolescentes.

Enquanto na Argentina os responsáveis são sentenciados a penas pesadas, por aqui o no primeiro momento a policia informou que o promotor do evento seria indiciado por homicídio culposo, sem intenção. Sem dúvida matar não era o objetivo do evento, assim como o objetivo também não era oferecer segurança, uma vez que 30 mil ingressos foram colocados a venda, o Jockey não chegou nem a solicitar o alvará ao corpo de bombeiros para realizar o evento. A Policia Militar só foi informada do evento após as mortes terem acontecido. Como não sabia de nada a PM não enviou soldados para fazer a segurança que era feita apenas por seguranças particulares e para agravar havia venda de bebida alcoólica a menores de idade.

Nunca mais ouvi falar do caso, o que me faz acreditar que não tenha dado em nada.
Pesquisando pela Net descobri que o organizador foi indiciado por homicídio doloso, com intenção, mas conseguiu alguns Habeas Corpus e continua livre. A Polícia Civil tinha conhecimento do evento, porém as informações que receberam é que seriam vendidos apenas 5 mil ingressos e não 30 mil como aconteceu.

Mais de 6 anos depois o caso não está resolvido e ninguém sabe quando será. Depois de julgado no Paraná o processo vai fazer um pinga-pinga pelas várias paradas do judiciário brasileiro e só deve terminar lá por 2020.

Desculpem-me os ufanistas de plantão, mas nessas horas tenho certeza que a única coisa que somos melhores que o argentinos é no futebol.

Curitiba, a escura.

Sábado sai para passear pelas ruas do bairro. Eu e a Gi já saímos ao entardecer, tomamos um café demos uma volta pela Praça da Espanha e começamos o caminho de volta por volta das 19h.

As ruas, e principalmente a Praça da Espanha, estavam com um bom movimento, mas durante a volta percebi como a cidade é mal iluminada. Não faltam lâmpadas, mas o problema é a qualidade da iluminação. Não estou bem certo, mas pelo pouco que conheço de lâmpadas de iluminação arrisco falar que as lâmpadas usadas pela prefeitura são de mercúrio, que tornam a iluminação amarelada e apagada. Outras cidades usam lâmpadas de vapor de metal, que tem uma cor azulada e são muito mais fortes.

Acredito que se as ruas do centro fossem melhor iluminadas a quantidade de pedestres seria maior e quanto mais gente na rua mais seguras elas são.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

As cidades e as mulheres

Mais um ótimo texto do Dante Mendonça que vou postar aqui.
Por sinal o Dante tem um ótimo livro sobre a Cidade. Curitiba: piores qualidades e melhores defeitos que vale muito a pena.

As cidades e as mulheres

O arquiteto Jaime Lerner tem no seu repertório uma divertida analogia entre as cidades e as mulheres.Se revelando irmão de Dalton Trevisan por parte de cidade, Jaime Lerner assim descreve aquela que lhe deu a luz e o brilho: Curitiba é uma madame de cinta-liga na coxa, com belo naco de carne à mostra.

Se a cidade é fêmea, de que forma podemos imaginar as cidades do Paraná de belos nomes?

Marialva é professora primária. Solteira, recatada e sempre com vestidos modelados da revista Manequim, é a mestra dedicada que ilumina os caminhos das pedras rumo ao futuro na capital. Depois da novela, Marialva chora pelo salário de miséria.

Maringá é cantora do rádio. Morena fogosa, com uma fivela de “strass” prendendo os cabelos, perfume de gardênia, de vestido encarnado com um rasgo na coxa eu garrei a imaginar: Maringá, Maringá...

Corbélia é da mulher do prefeito e presidente da Liga das Senhoras. São famosos os bolinhos de arroz de Dona Corbélia. Ah, mas precisa ver o retrato no dia de seu casamento, com uma “corbeille” de rosas amarelas realçando a cinturinha pilão da donzela em flor.

Anahy e filha de Corbélia. Muito parecida com a mãe, nas férias em casa usa saia e casaquinho, sapatos fechados com meias brancas, travessa nos cabelos, xale e, ao pescoço, um singelo brilhante. Quando volta para universidade, em Curitiba... quem te viu, quem te vê, Anahy!

Antonina é dona de restaurante defronte ao trapiche. Com dedos mágicos no tempero, serve o melhor camarão ensopado do litoral, os mais frescos e espessos filés de robalo, sendo a receita de seus bolinhos de peixe um presente de Nossa Senhora
do Pilar. Generosa, recebe pintores e demais artistas com cardápio sem preço, de apreço. Dona Antonina, mesmo aposentada pelo INSS, ainda hoje trabalha para ajudar a sustentar os filhos e genros desempregados do Porto.

Londrina mantém a pose da rainha, mesmo com os pés vermelhos. Em janeiro de 1952, depois de um bem remunerado circuito pelo Paraná, o cronista Rubem Braga viu assim essa mulher: De dia, “não se julga obrigada a engraxar as botas avermelhadas de poeira nem a pentear demasiado os cabelos”. De noite, “vai ao jantar de homenagem, bem vestida, quase toda de preto, com colar de pérolas”. Hoje, a bota avermelhada é italiana, o vestido preto é Versace, comprados em São Paulo, é claro, porque de Curitiba ela quer a devida distância. Bem, a crise dos últimos anos levou o colar de pérolas, foram-se os anéis, ficaram os dedos.

Ventania madruga, leva e traz as crianças ao colégio, administra a fazenda, à tarde visita o gerente do banco, à noite o tufão vai ao churrasco e desculpa-se pelo cabelo: “Cheguei de moto!”

Frau Rolândia é a Vera Fischer com botas.

Contenda afirma com orgulho: “Semo polaca e não semo fraca!” Quando o Stacho vai ao atravessador receber o dinheiro “das batatinha”, acompanha o marido no cabresto. Todo cuidado é pouco: na volta o polaco pode deixar o lucro nos armazéns de beira de estrada.

Maria Helena és tu, a minha inspiração... cantam os vizinhos de Cruzeiro do Oeste, Xambrê e Umuarama. O belo nome foi escolhido pelos colonizadores Moacir e Mário de Aguiar Abreu, uma homenagem à filha deste último.

Pérola é cortejada pelos guapos de Diamante D’Oeste e Diamante do Sul. Mas ainda vai acabar casando com um mineirinho de Diamantina.

Sulina é filha dos pampas. Com um irmão padre, outro jogador de futebol, sua vocação é o lar. No CTG, a prenda com uma flor no lado esquerdo dos cabelos trançados segura levemente o vestido para que não pisem nele.

Pranchita é a irmã mais velha de Sulina. Bem casada e abastada, seu modelito básico ainda é campeiro, o “tipoy”: um vestido longo de algodão de dois panos costurados entre si com duas aberturas para o braço e uma para o pescoço. Para apertar o “tipoy” sobre a cintura, usa o cordão chamado “chumbé”.

Cascavel é a sogra. E ponto final.

A invensão do rodízio.

Estudos históricos profundos apontam que o rodízio de carnes, ou espeto corrido, pode ter nascido na região metropolitana de Curitiba.
A inventora da mais completa experiência gastronômica que um ser humano pode ter seria a churrascaria Blumenauense em Quatro Barras, 31km de Curitiba.

Não conheço o lugar, mas pela grande contribuição dada à humanidade preciso conhecer. Não só conhecer, mas pleitear um Prêmio Nobel ao inventor na modalidade que ele quiser.

O endereço do templo é:
Rod.Br 116 Km 82 (041) 3675-6769

Para saber mais leia a matéria do Estadão.
http://www.estadao.com.br/noticias/suplementos+paladar,quem-inventou-o-churrasco-rodizio,3255,0.shtm

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Veja Curitiba


Há poucas semanas a revista Veja circulou a edição de Agosto com o "Melhor da Cidade". Não li, pois não recebemos a revista, e mesmo que tivesse recebido não sei se teria lido, pois não dou muita bola para a Veja. Mas cavocando a pilha de lixo da Net achei uma matéria que veiculou na Veja em março de 1993, quando Curitiba fazia 300 anos. Não li esse texto ainda, mas vou postar aqui para poder ler depois.

Reportagens



31 de março de 1993
A capital de um
país viável
Curitiba, um paraíso da classe
média, faz 300 anos com a fama de
melhor e mais inovadora cidade do país


Ao percorrer o sul do Brasil, no começo do século passado, o cronista francês Auguste de Saint-Hilaire desaconselhou vivamente seus leitores a visitar o vilarejo que encontrou nas nascentes do Rio Iguaçu. Pareceu-lhe um lugar de prostitutas e ladrões. Em 1880, o imperador Pedro II pernoitou no local, então conhecido como Vila Nossa Senhora da Luz dos Pinhais. Também não gostou do que viu. "É uma cidade de caipiras", reclamou. Ainda bem que o francês e Sua Majestade não viveram o suficiente para ver o que aconteceu. Hoje, teriam de engolir suas palavras. O lugarejo mudou de nome, cresceu e virou sinônimo de paraíso urbano pelo Brasil e pelo mundo afora.

Pode-se argumentar que uma cidade, por melhor que seja, nunca será um paraíso. Paciência: é assim mesmo que os milhares de novos visitantes de Curitiba costumam se referir a ela. Capital ecológica, cidade-modelo e cidade-laboratório são algumas das expressões empregadas para definir a metrópole brasileira que mais prêmios e elogios colheu no exterior. A antiga Vila Nossa Senhora da Luz dos Pinhais está completando 300 anos esta semana com uma festa de arromba. Um de seus convidados especiais é o tenor espanhol José Carreras, que - para inveja principalmente de cariocas e paulistanos - fará no próximo fim de semana sua única apresentação no Brasil. Carreras vai cantar para 50.000 pessoas em uma antiga pedreira transformada em anfiteatro a céu aberto. Coisa de Curitiba, cidade habituada a converter pedreiras em óperas, paióis de munição em teatros, ruas em shopping centers e ônibus velhos em escolas.

CIDADE QUE FUNCIONA - O aniversário da sexta maior capital brasileira não é uma festa qualquer. É uma celebração da classe média. Nunca o Brasil produziu um reduto de classe média tão numeroso e tão próspero. Com 1,4 milhão de habitantes, quase a mesma população de Porto Alegre e do Recife, a capital paranaense está longe de ter a riqueza de São Paulo, a exuberância do Rio de Janeiro ou a variedade cultural de Salvador. O que a torna diferente entre as grandes capitais é outra peculiaridade: em Curitiba as coisas funcionam. Os curitibanos podem deixar o carro em casa para ir trabalhar, já que há ônibus rápidos e eficientes que os levam a qualquer lugar. As ruas são limpas, a coleta de lixo funciona, não há congestionamento de trânsito nem poluição, os funcionários públicos são educados e nos fins de semana pode-se freqüentar parques, teatros e cinemas sem medo de ser assaltado.

"Curitiba é uma das cidades mais agradáveis que eu já vi em qualquer parte do mundo", surpreendeu-se Arthur Eggleton, ex-prefeito de Toronto, a maior cidade do Canadá, depois de percorrer a capital paranaense no ano passado. "É uma cidade-modelo para o Primeiro Mundo, não apenas para o Terceiro", sustenta Michael Cohen, chefe do departamento de desenvolvimento urbano do Banco Mundial, em uma reportagem de página inteira publicada no ano passado pelo The Wall Street Journal, a bíblia do capitalismo americano. "Se existe uma cidade-modelo para o futuro, ela terá de fazer o que Curitiba está fazendo", completa Albert Appleton, responsável pelo departamento de proteção ambiental da cidade de Nova York.

É errado imaginar que Curitiba seja uma ilha de tranqüilidade num Brasil tumultuado. Chove demais, as calçadas são escorregadias, os motoristas atravessam o sinal vermelho, há favelas na periferia e até meninos de rua pedindo esmolas nas esquinas. Suas virtudes, porém, são imbatíveis. Curitiba é a capital brasileira com maior área verde por habitante, 54 metros quadrados, mais que o triplo do índice recomendado pela Organização Mundial da Saúde. Tem o melhor sistema de transporte de massa do Brasil e um dos mais eficientes do mundo. Registra o menor número de homicídios e assaltos entre as grandes cidades brasileiras. E, finalmente, sua grande vedete, um sistema de coleta e reciclagem de lixo de causar inveja em qualquer metrópole desenvolvida.

SINAL DE ESPERANÇA - Há dois meses, a revista americana Time, a maior do mundo, publicou uma reportagem de capa sobre as megacidades, como Tóquio, Nova York, São Paulo e Cidade do México, todas com mais de 10 milhões de habitantes. Curitiba mereceu um destaque especial. Apontada como um sinal de esperança em um mundo ameaçado pela desordem e pelo caos urbano, a capital paranaense serviu de contraponto para Kinshasa, capital do Zaire, um aglomerado de favelas no coração da áfrica, com 4 milhões de habitantes, devastado pela fome e pelas doenças. "Kinshasa ou Curitiba?", perguntava a revista. "Qual dessas duas visões do futuro para a população mundial vai prevalecer?"

O futuro da humanidade nos próximos anos será decidido em cidades como Kinshasa e Curitiba. Até o final do século, pela primeira vez na História, haverá mais pessoas vivendo nas cidades que no campo. No Brasil, isso já deixou de ser novidade há muito tempo. O último Anuário Estatístico Brasileiro, divulgado na semana passada pelo IBGE, revela que a população urbana do Brasil cresceu de 67% para 75% na década passada. Há cinqüenta anos, essa proporção era inversa. Sete em cada dez brasileiros viviam no campo. É isso que torna o fenômeno Curitiba ainda mais surpreendente. Em apenas duas décadas a população da cidade triplicou. Inflada pelo êxodo rural, saltou de 500.000 habitantes em 1970 para 1,4 milhão em 1990. Eis o milagre: o aumento da população fez com que Curitiba, em vez de piorar, melhorasse. Vinte anos atrás, com 900.000 moradores a menos, a cidade tinha mais problemas de trânsito, mais poluição e menos área verde que hoje. Quem é o autor do milagre?

PRÊMIOS INTERNACIONAIS - Uma coisa é certa: não foi Jaime Lerner, o prefeito-maravilha, nome infalível em todas as listas de presidenciáveis. Um prefeito sozinho não faz milagre. O arquiteto Jaime Lerner, no entanto, teve um grande papel na transformação de Curitiba. Nas três vezes em que exerceu o cargo de prefeito, ele revolucionou a arquitetura dos edifícios, abriu canaletas exclusivas para ônibus, proibiu os carros de trafegar pelas ruas do centro e as transformou em calçadões para pedestres, plantou árvores e espalhou uma enorme quantidade de parques pela cidade. Lerner não fez nenhuma obra faraônica. Nem viadutos ou metrôs. Suas iniciativas foram singelas, relativamente baratas, e tiveram continuidade. "O segredo de Curitiba é a simplicidade", explica Lerner. "As cidades do futuro não terão nada a ver com os cenários dos filmes de Flash Gordon. Temos de eliminar as soluções grandiosas de nossas cabeças."

Lerner ajudou a transformar Curitiba. E Curitiba o transformou no mais festejado urbanista no mundo inteiro. O programa de reciclagem de lixo rendeu-lhe o prêmio do Programa de Meio Ambiente das Nações Unidas em 1990. No ano passado, ganhou do Instituto Internacional de Conservação de Energia, de Washington, outro prêmio pelo sistema de ônibus expressos de Curitiba, que consome 25% menos combustível que o transporte de massa em cidades do mesmo tamanho. O programa do lixo faz com que em Curitiba até as favelas sejam diferentes. Tome-se o exemplo da favela do Pinto. Situada perto da estação rodoferroviária, ela tem barracos como os de outra favela qualquer, mas as ruas são limpas, têm luz elétrica e, pasme-se, coleta seletiva de lixo. As pessoas coletam o lixo e separam o material orgânico do reciclável por uma boa razão: os sacos com restos de plástico, vidro e papel são trocados pela prefeitura por vales-transporte, cadernos escolares, verduras e legumes. Vinte mil famílias participam dessa troca, chamada de câmbio verde, nas favelas de Curitiba. A coleta seletiva de lixo atinge 95% da capital, muito mais, por exemplo, que em Montreal, no Canadá - com uma população duas vezes maior, separa apenas 10% do lixo. As 750 toneladas de material reciclável coletadas por mês em Curitiba são revendidas às indústrias locais.

Uma das invenções mais recentes de Lerner, o ônibus ligeirinho, já foi testada em Nova York. A eficiência do transporte de massa é, de longe, o sucesso mais celebrado de Curitiba. São 500 quilômetros de linhas, usadas por 75% da população, um índice altíssimo, comparado com os 57% do Rio e os 45% de São Paulo. O ligeirinho é tão eficiente e rápido quanto um metrô, com a vantagem de custar vinte vezes menos. Ele funciona com estações tubulares, nas quais o passageiro paga o bilhete antes de embarcar nos ônibus - como nas estações do metrô -, o que torna o embarque quatro vezes mais rápido. Sua velocidade média é duas vezes maior que a dos ônibus comuns e economiza-se até uma hora de viagem num percurso de 20 quilômetros.

Com a implantação do ligeirinho, o sistema de transporte de massa em Curitiba se tornou tão eficiente que 28% da frota de 500.000 carros particulares da cidade fica nas garagens nos dias de semana. Seus donos acham mais barato e mais cômodo pegar ônibus para ir trabalhar. Resultado: Curitiba gasta 25% menos combustível que outras cidades do mesmo tamanho, como Recife e Belo Horizonte. A tarifa de ônibus em Curitiba é uma das mais caras do país, 8.000 cruzeiros, contra 7.000 em Porto Alegre e em São Paulo. Mas existem compensações. Como o sistema é todo integrado, pode-se tomar quantos ônibus quiser até chegar ao destino pagando uma só vez. Além disso, a prefeitura não gasta nenhum centavo de subsídio. Em São Paulo, com população seis vezes maior, a prefeitura gastava até o final do ano passado 1 milhão de dólares por dia em subsídio para transporte público. "Se eu quisesse, poderia ter a menor tarifa do país, mas Curitiba prefere investir em outras coisas e deixar que o sistema se pague sozinho", diz Lerner. "É um dos melhores do mundo, e as pessoas estão satisfeitas com ele."

SIMPLICIDADE - A proliferação das áreas verdes é outro bom exemplo de simplicidade nas soluções de Curitiba. A cidade tem hoje 1.700 hectares de parques, o equivalente a 4% dos 430 quilômetros quadrados da área urbana. Em vinte anos, a área verde aumentou 100 vezes. Os parques foram surgindo para resolver um outro problema da cidade: as enchentes. Em vez de canalizar os rios, como faz a maioria das cidades brasileiras, Curitiba transformou-os em lagos habitados por patos e marrecos, ao redor dos quais se construíram os parques. Os lagos servem para regular a vazão dos rios e acabaram com as inundações. A rigor, ainda ocorrem enchentes, mas alagam pistas de cooper, ciclovias e trechos de florestas, no lugar de casas e lojas. "Todo rio tem direito de encher", diz o engenheiro Nicolau Klüpel, responsável pelos parques da cidade nas administrações de Lerner. Não por acaso, Klüpel ficou conhecido em Curitiba como "Nicolago".

Outras novidades de Curitiba, num primeiro olhar, podem ser consideradas meramente cosméticas. É o caso da Rua 24 Horas, um shopping de 120 metros de extensão coberto de vidro. Suas 34 lojas funcionam dia e noite e incluem livraria, locadora de vídeo, bares, restaurantes, sorveteria, butique, agência de correio e floricultura. Outro exemplo é a Ópera de Arame, uma construção arrojada, de ferro tubular, vidro temperado e fibra de vidro, encravada na encosta de um bosque, ao lado da pedreira onde o tenor José Carreras irá cantar. A ópera, com 2.400 lugares, ficou pronta em 36 dias (tem um problema inultrapassável: a acústica é ruim).

As modificações, no entanto, não são cosméticas porque visam resolver problemas fundamentais, como é o caso da deterioração do centro da cidade. O Largo da Ordem, núcleo histórico onde nasceu a então Vila Nossa Senhora da Luz dos Pinhais 300 anos atrás, é hoje um movimentado ponto de encontro. O calçadão da Rua Quinze de Novembro, também no centro antigo, é o lugar mais freqüentado pelos turistas e virou cartão-postal da cidade. Perto dali funciona a Rua 24 Horas, lotada a noite inteira durante os fins de semana. Em São Paulo, ao contrário, até a prefeitura foi mudada de lugar, transferida do Ibirapuera para o Parque Dom Pedro II, numa das muitas tentativas de recuperar o centro. Não deu certo. A região central continua tão suja e perigosa quanto antes. No Rio de Janeiro, ocorre a mesma coisa.

ATRAIR PESSOAS - Por que Curitiba conseguiu evitar a degradação dos centros históricos e São Paulo e o Rio não? "Não adianta só mudar a fachada do centro", ensina Lerner. "É preciso estimular atividades e serviços que atraiam as pessoas para a região." No caso de Curitiba, a prefeitura desestimulou a abertura de novas agências bancárias e escritórios. Ruas ocupadas por agências bancárias e escritórios costumam ficar às moscas no final do expediente e atrair mendigos e marginais, como prova a região do centro velho de São Paulo. Em vez de bancos, o centro de Curitiba tem bares, restaurantes, livrarias, teatros, cinemas e, é claro, prédios de apartamentos.

Talvez por isso, numa pesquisa feita com 300 moradores de São Paulo, Rio de Janeiro e Bauru 91% dos entrevistados tenham dito que já ouviram falar bem da cidade e 70% acreditam que lá as condições de vida sejam melhores. A fama de Curitiba no resto do país, demonstrada por pesquisas como essa, é tão boa que algumas empresas paranaenses, como o Bamerindus e o Boticário, procuram associar sua imagem à cidade para melhor vender seus produtos. "O nosso melhor marketing é dizer que somos de Curitiba", diz Sérgio Reis, diretor do Bamerindus. "O fato de o nosso produto ser curitibano agrega um certo carisma para o consumidor de outras regiões", afirma Miguel Krigsner, dono do Boticário.

O urbanismo praticado em Curitiba é o oposto do que gerou Brasília. Seguidores da escola do arquiteto franco-suíço Le Corbusier, Oscar Niemeyer e Lúcio Costa, os pais da capital federal, achavam que as cidades do futuro deveriam separar e concentrar suas funções em locais diferentes. De um lado, palácios, ministérios, a catedral, os edifícios do poder. De outro, os apartamentos, as escolas, os shoppings e os supermercados. Em Curitiba se fez exatamente o contrário: misturou-se tudo. Enquanto Le Corbusier, Niemeyer e Lúcio Costa adoravam conjuntos verticalizados e padronizados, dos quais os blocos das superquadras de Brasília são o exemplo mais eloqüente, em Curitiba aboliram-se até mesmo os conjuntos residenciais padronizados. Os conjuntos habitacionais existem, mas são pequenos, bem distribuídos pela cidade e possuem casas diferentes umas das outras. O resultado é que a paisagem urbana não exibe contrastes tão chocantes entre um bairro habitado por milionários e outro, de pessoas remediadas.

HABITAT - É preciso reconhecer o talento de Lerner e o seu talhe para prefeito. Mas convém avaliá-lo no conjunto de circunstâncias que o produziram. "O fenômeno Lerner encontrou em Curitiba o seu habitat", diz o jornalista e advogado Nireu Teixeira, chefe de gabinete da prefeitura nas três administrações de Jaime Lerner. Em outras palavras: Lerner reformou uma cidade que estava pedindo uma reforma. A colonização dos imigrantes alemães, italianos, russos e poloneses, no começo do século, apagou de vez do mapa a antiga vila de mineradores abominada por Saint-Hilaire e dom Pedro II. Na paisagem e no estilo de vida, Curitiba tornou-se a mais européia de todas as capitais brasileiras. A cultura dos imigrantes está de tal forma arraigada que os curitibanos não comem cachorro-quente. Comem pão com vina, um derivativo de wienerwurst, nome de salsicha em alemão. "Os imigrantes produziram uma salada cultural que nada tem em comum com o resto do país", diz o escritor e crítico de literatura Wilson Martins, autor do livro Um Brasil Diferente, uma obra clássica sobre a colonização do Paraná. "Aqui floresceu a cultura da classe média, onde os muito milionários são tão escassos quanto os muito pobres."

Antes do aparecimento de Lerner, Curitiba já havia criado, em 1912, a primeira universidade brasileira e tinha o Teatro Guaíra, escala obrigatória de todas as grandes companhias de dança e teatro. Ao assumir a prefeitura pela primeira vez, em 1971, nomeado pelo então governador Haroldo Leon Peres, Lerner encontrou já pronto o ingrediente básico da receita urbana que faria sucesso em Curitiba. Era o plano diretor da cidade, criado em 1965. O plano, calçado em uma lei do uso do solo, impediu que a explosão imobiliária se concentrasse em dois ou três bairros, como ocorre hoje na maioria das grandes cidades. A principal virtude desse plano foi domar o crescimento da cidade. Em vez de crescer para cima e sobrecarregar a infra-estrutura, as casas e os prédios foram construídos ao longo de eixos integrados pelo sistema de transporte de massa, as chamadas vias estruturais por onde correm hoje o ligeirinho e os ônibus expressos de Lerner.

TIPO ORGULHOSO - A imigração e a origem dos moradores da cidade obviamente não explicam tudo. Fosse assim, as cidades catarinenses de Joinville e Blumenau, colonizadas por alemães, seriam tão boas quanto Curitiba. Em vez disso, ambas têm sérios problemas de trânsito, enchentes e poluição industrial. É provável que nas mãos de Fernando José, ex-prefeito de Salvador, que deixou o cargo odiado pela população, nada tivesse dado certo em Curitiba. Mas também não há razão alguma para acreditar que administradores como Marcelo Allencar ou Olívio Dutra fracassassem em Curitiba. A grande diferença entre Jaime Lerner e os demais bons prefeitos é que ele não se limita a administrar bem a cidade: ele é um transformador da paisagem urbana.

O ingrediente mais fundamental dessa receita, no entanto, é o próprio curitibano, um tipo orgulhoso de sua cidade. "Aqui é o melhor lugar do mundo", exagera o contador Waldemar Tomeleri, casado, pai de duas adolescentes. A família Tomeleri é um retrato fiel da cidade. Os dois carros, um Voyage 86 e um Prêmio novo, ficam na garagem a semana inteira. "Vou trabalhar de ônibus porque é mais barato e eu chego mais rápido", diz Waldemar. As duas filhas estudam em escolas particulares e também andam de ônibus. Todo o lixo doméstico é selecionado. Nos fins de semana, a família passeia pelas ciclovias da cidade, que têm mais de 100 quilômetros.

Cabe aqui um outro contraponto. Uma pesquisa recente com moradores de classe média da suja e perigosa Nova York revelou que 60% dos entrevistados sonham em se mudar para outras cidades. Em Curitiba, uma pesquisa semelhante constatou que 99% dos moradores não pensam em sair de lá por razão alguma. Ao contrário, a fama de Curitiba tem é atraído executivos e profissionais liberais de outros Estados. "Recebo entre oito e dez currículos todos os dias", conta o empresário De Bernt Entschev, dono de um escritório de consultoria que faz recrutamento de executivos para empresas paranaenses. A metade desses currículos vem do Rio de Janeiro e de São Paulo. A maioria dos candidatos já possui emprego, mas eles declaram que gostariam de se mudar para Curitiba para ter uma qualidade de vida melhor. Um caso exemplar é o do empresário Jorge Eduardo MacDowell Gonçalves. Em 1991, ele morava no Rio com a família quando o escritório de sua mulher, Valquíria, foi assaltado. Ela foi amordaçada e trancafiada num armário durante uma hora, enquanto os ladrões saqueavam a empresa. Apavorado, Jorge transferiu a família para Curitiba, continuou a trabalhar no Rio por algum tempo e, no final do ano passado, mudou também sua empresa de cidade. "Daqui eu não saio mais", garante.

Existe uma contradição que persegue as cidades com boa qualidade de vida. Por serem boas, elas atraem mais moradores. O aumento da população resulta em novos problemas urbanos, como a especulação imobiliária e as favelas. Pode-se imaginar que Curitiba, ao se tornar internacionalmente famosa pelas suas virtudes, esteja correndo esse risco mais que qualquer outra cidade brasileira. Não é bem assim. A bomba demográfica que ameaçava a capital paranaense já foi desativada. Era o êxodo rural, fenômeno provado pela troca da cultura do café pelas lavouras mecanizadas de soja e trigo. Entre 1970 e 1985, cerca de 1,5 milhão de colonos paranaenses migrou para a periferia das grandes cidades ou para as novas fronteiras agrícolas da Amazônia. Foi isso que triplicou a população de Curitiba nas últimas duas décadas. A cidade conseguiu suportar o golpe e o êxodo rural acabou. O interior do Paraná, hoje pontilhado por cidades ricas e prósperas como Londrina, Maringá e Cascavel, deixou de ser uma região exportadora de migrantes. Outro ponto a favor de Curitiba nesse caso é que a cidade, com seu crescimento estabilizado, já não oferece oportunidades de emprego para mão-de-obra pouco qualificada. Em vez de peões da construção civil, atrai hoje executivos e profissionais liberais.

URBANISMO DE RESULTADOS - Transformada pelo urbanismo de resultados de Jaime Lerner, a Curitiba dos anos 90 é uma cidade conservadora nos costumes e avançada na produção cultural. Que outra cidade daria a maior votação colhida pelo candidato Afif Domingos no primeiro turno da eleição de 1989? Essa mesma cidade produz hoje a revista Gráfica, do artista gráfico Miran, considerada a melhor do Brasil em sua área. Produz também o Nicolau, editado pelo escritor Wilson Bueno, um tablóide mensal muito prestigiado entre intelectuais e escritores em todo o país.

O último censo do IBGE revela que 4,59% dos curitibanos das classes A e B freqüentam regularmente o teatro, o dobro do índice médio, 2,28%, da mesma camada social em todo o Brasil. Isso deu a Curitiba a fama de cidade-teste para grandes produções culturais. Nos seus palcos estrearam peças como Rasga Coração, O Grande Circo Místico e Antígona, que depois fizeram sucesso em circuito nacional. Alguns críticos acham que o gosto cultural da cidade se mede mais pela quantidade que pela qualidade. "Curitiba é classe média em tudo, até no nível intelectual", alfineta Wilson Martins. "Aqui as pessoas lotam os teatros para assistir a Shakespeare e Beethoven em consideração a Shakespeare e a Beethoven, não porque acreditam que o espetáculo seja realmente bom. Goethe e Bela Bartók já não fazem tanto sucesso." O jornalista e crítico Aramis Millarch, pesquisador de música popular brasileira, falecido no ano passado, tinha uma opinião semelhante a respeito do gosto cultural dos curitibanos. "O público de Curitiba não é exigente nem culto", dizia ele. "Nos Estados Unidos, as grandes companhias apresentam-se primeiro a inofensivos públicos para depois, com espetáculos bem azeitados, correr o grande circuito."

A festa dos 300 anos da cidade parece conspirar contra as opiniões de Martins e Aramis. Ou, pelo menos, serve para reforçar a idéia de que o urbanismo inovador de Curitiba mudou mesmo a cabeça das pessoas. O festival de teatro da cidade teve lotação esgotada durante as duas semanas. Entre as dezesseis peças apresentadas havia uma de Gerald Thomas e outra de August Strindberg, ambos autores considerados "difíceis", de pouco apelo popular. Em 1991, o monólogo Werther, do alemão Goethe, um clássico do romantismo alemão, ficou dois meses em cartaz na cidade, sempre com casa cheia.

Essa Curitiba, a de gosto cultural mais refinado, a do urbanismo revolucionário e da boa qualidade de vida, é cada vez menos parecida com uma outra, a que ficou célebre nos contos sombrios de Dalton Trevisan, o seu mais famoso escritor. Um dos textos mais recentes de Trevisan, o "Vampiro de Curitiba", é um manifesto antimarqueteiro contra Lerner e a Curitiba dos acrílicos e calçadões:


Que fim ó Cara você deu à minha
cidade a outra sem casas demais sem carros
demais sem gente demais
ó Senhor sem chatos demais.
A seguir, o Vampiro enumerava,
em tom de ressalva,
sua principal queixa:
Quem sabe até uma boa cidade
ai não chovesse tanto assim
chove pedra das janelas do céu
chove canivete nos telhados
chovem mil goteiras na alma.
A reclamação é procedente. Curitiba, uma das cidades mais úmidas e frias do Brasil, já fez muita coisa nos últimos anos. Mas quem vai fazer a chuva parar? Isso, nem Jaime Lerner.



O Chinês colecionador de idéias

O balconista que virou presidenciável

A revista americana Time o comparou a um Walt Disney com preocupações sociais. Quem mais, senão Jaime Lerner, teria a idéia de aproveitar ônibus velhos para transformá-los em escolas ambulantes, onde crianças aprendem mecânica, datilografia e corte e costura? Parece brincadeira, mas dá certo. As escolas ambulantes, chamadas de linhas do ofício, já formaram 32.000 novos profissionais em Curitiba. O melhor é que elas não custam nada para a prefeitura. Tanto os ônibus, salvos de virar sucata, como os professores são fornecidos por empresas da cidade que, depois, contratam os alunos como estagiários.

Essas e outras idéias saem do caderninho que o ex-prefeito carrega o tempo todo. Ali, em forma de garatujas, ele vai anotando tudo o que lhe vem à cabeça. Algumas coisas são extravagantes, como uma bicicleta futurística dotada de proteção contra sol e chuva. Outras têm o lampejo da genialidade, como o projeto do ônibus ligeirinho. "Ele não desperdiça nenhuma idéia, por mais absurda que seja", conta o jornalista Jaime Lechisnky, assessor de imprensa do ex-prefeito. "Curitiba é uma causa comum", propagandeia Lerner, a quem os amigos chamam de "Chinês" devido aos olhos apertados. "As pessoas aqui se sentem respeitadas pelo poder público e assumem responsabilidades comunitárias."

AR BONACHÃO - Aos 54 anos, casado há 27 com Fanny, pai de duas filhas já moças, esse arquiteto de ar bonachão, parceiro de Vinicius de Moraes em uma letra de música, é um self-made man curitibano. Começou a vida vendendo tecido atrás do balcão da loja do pai, um imigrante judeu-polonês. Cursou a faculdade de Arquitetura da Universidade Federal do Paraná, fez estágio na França e, na volta, dirigiu o instituto de planejamento urbano de Curitiba, o IPPUC. Em 1971, aos 33 anos, foi escolhido prefeito biônico de Curitiba porque o então governador, Haroldo Leon Peres, queria no comando da capital um técnico que não lhe fizesse sombra. Leon Peres, apeado do cargo por corrupção, não imaginou que, vinte anos mais tarde, Lerner seria capaz de ofuscar todas as demais lideranças políticas paranaenses.

De técnico eficiente, Lerner tomou gosto pela política. Na primeira eleição direta que disputou, em 1985, perdeu por 10.000 votos para o atual governador Roberto Requião, seu maior inimigo na política estadual. Deu o troco em 1988, derrotando Maurício Fruet, candidato de Requião, ao fim de uma campanha que durou apenas doze dias. No ano passado, elegeu seu candidato, o deputado Rafael Greca, com 52% dos votos, logo no primeiro turno da eleição. Deixou o cargo com 92% de aprovação dos eleitores, índice de popularidade recorde entre os prefeitos das capitais. Entre as elites, o nome de Lerner é uma esperança para o pleito presidencial de 1994. Lerner bem que gostaria de ser presidente. Terá antes de se haver com Leonel Brizola, o cacique-mor do PDT, um eterno candidato à Presidência. Lerner jura que não quer sair do PDT de jeito nenhum.

http://veja.abril.com.br/arquivo_veja/capa_31031993.shtml