Gosto de andar de bicicleta, mas o amor pela corrida fala mais alto e sempre fico com receio de não descansar e não conseguir correr direito.
Alguns dias na Alemanha reavivaram meu gosto pelas bicicletas. Lá, existem ciclovias que ligam uma cidade a outra. Seria o mesmo que haver uma ciclovia daqui até a praia, sem necessidade de os ciclistas utilizarem os acostamentos para isso. Nas cidades em que visitamos, TODAS tinham ciclovia e ciclofaixas. Além disso, havia uma profusão de bicicletários pela cidades.
Pois bem. Dentro dessa vontade louca de andar de bicicleta, como meu carro está na oficina e como o maridão está trabalhando um monte, resolvi tirar a magrela do depósito do prédio. Ela estava lá, com os dois pneus vazios, empoeirada...
Enchi os pneus e fui para a academia. 22 minutos na ida, 20 na volta (sprint negativo). Pude perceber o seguinte: Curitiba não é uma cidade preparada para bicicletas. Não tem ciclovia ou ciclofaixas que ligue as Mercês ao Juvevê, por exemplo. Não tive qualquer problema com motoristas, mas ressalto que andei fora da hora do rush. Pelo contrário, todos os motoristas respeitaram essa ciclista, inclusive na rotatória do Centro Cívico.
Cheguei na academia, tinha bicicletário, ufa. Corri por trinta minutos, fiz musculação, voltei para casa. Sofri um pouco mais nas subidas. Amanhã tenho natação e musculação. Se for de bike, vou estar quase treinando para um triathlon...eheh.
No espírito de largar o carro e investir mais na bike, fui fazer uma pesquisa na internet e deparei-me com o censo dos ciclistas de Curitiba. Achei vários sites interessantes, mas o que me chamou atenção foi mesmo o censo, disponibilizado em http://bikereportercuritiba.blogspot.com/ e em http://transportehumano.wordpress.com/
Percebe-se que a mulherada, como um todo, não anda de bicicleta. Por que será? É muito assustador esse dado e a discrepância entre ele. Talvez ligando o motivo do uso da bicicleta (o trabalho) com a questão de gênero, o elemento vaidade fale mais alto. De fato, há um mito de que é complicado chegar suada no trabalho, sem poder usar salto. Mas quer elemento de vaidade maior que “emagrecer”? Toda mulher deseja emagrecer e a magrelinha ajuda a perder algumas calorias.
Além disso, percebe-se que as classes com maior poder aquisitivo e com maior instrução não usam a bike. Na Alemanha, pude ver engravatados andando de bicicleta. Mas como no Brasil, andar de carro confere “status” a pessoa, talvez seja por isso que os mais abastados não andem de bicicleta. Há um preconceito contra as bikes.
No que depender de mim, vou continuar a usar a bicicleta sempre que possível. Acho que não conseguirei ir trabalhar de bike, mas fazer todo o resto é possível!
*mais um texto da Gi.
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4 comentários:
Giovanna.
Tirei a minha bicicleta do "armário". Está na minha casa (por enquanto, apenas ocupando espaço).
Pretendo usar a bicicleta nos dias que não tiver que fazer audiência (sou advogado), pois no meu trabalho dias sem audiência significam dias sem gravata.
Todavia, gostaria de comentar algo que uma amiga minha (que mora na Áustria e me visitou semana passada) me contou. Ela fez um comparativo “bicicletas-Áustria-Curitiba”
A primeira questão é o respeito. O trânsito de Curitiba é caótico e o motorista deve ser o pior do planeta (não conheço todos, mas...).
Outro ponto. Comparando Curitiba a cidades Européias temos, inevitavelmente, a questão do desnível geográfico. A maioria das cidades européias é plana, Curitiba tem três montanhas por bairro (isso faz o Curitibano suar mais que o Austríaco ao pegar a bicicleta).
A derradeira questão (trazida pela minha amiga) é o costume em si. Como você disse, em Curitiba é "status" andar e ter carro. Já no lugar onde ela vive as mulheres e homens usam terno e vão ao trabalho de bicicleta. A particularidade dessas pessoas é que pedalam de tênis e levam um sapato na mochila (ou cestinho), ou deixam um par de sapatos sociais no trabalho.
Mas eu acredito que a gente chega lá. Um dia...
Curitibano é um povo muito quadrado. Tenho uma amiga, do trabalho, que esses dias falou no lanche que vai trabalhar a pé, trocando o sapatão de salto pelo tênis, e quando pode pega ônibus. Você precisa ver os comentários dirigidos contra ela, pelas costas. Um absurdo!
Precisamos mudar de mentalidade!
Quanto aos Alpes Curitibanos, realmente tem algumas montanhas, mas nada que um pouco de treino não ajude.
http://jornale.com.br/zebeto/2010/01/02/roubaram-a-magrela/
http://jornale.com.br/zebeto/2010/01/02/roubaram-a-magrela/
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