domingo, 27 de junho de 2010

A Expedição Latitude

No dia 26 de junho de 2010 o Latitude fez a primeira Expedição Latitude. Nosso desafio era rodar tradicionais bares de Curitiba para conhecer o melhor da história boêmia da cidade.

Começamos no Bife Sujo. Cheguei lá ao meio-dia e aos poucos os outros expedicionários foram chegando. Pedimos o tradicional Bife Sujo (carne bovina, queijo, cheiro verde e cebolinha) que é ótimo e tomamos algumas cervejas. Hoje o Bife Sujo é um restaurante, a casa estava cheia e quase todos comiam feijoada.

Fachada do Bife Sujo.

O prato Bife Sujo.

As 13h rumamos ao Bar do Alemão, lá comemos a tradicional Carne de Onça com chopp Submarino (chopp + Steinhaeger) e como o tempo de permanência seria curto não tivemos muito tempo para apreciar o local, se bem que o Alemão todos conhecem.

Caminhada em direção ao Bar do Alemão.

Carne de Onça com Submarino.

Estávamos atrasados e chegamos ao Restaurante do Passeio por volta das 14h. Deveríamos abreviar nossa passagem por lá e pedimos uma porção de mandioca com carne seca, esqueça aquelas porções tradicionais, esse é um prato na chapa e mais que recomendo. Na saída fomos agraciados com duas cervejas de brinde e acabamos nos alongando um pouco mais. Aqui ficam meus agradecimentos a Márcia pela atenção conosco. Depois vou escrever sobre cada bar especificamente, mas não podia deixar de fazer esse agradecimento.
Ah, foi aqui que o Aloísio se juntou aos outros cinco expedicionários e nessa altura da expedição o Rogério já tinha sido efusivamente cumprimentado por um funcionário da Brahma que descarregava um caminhão de cerveja numa pastelaria da Barão do Cerro Azul (segundo o Dumke ele não conhecia o rapaz), abraçado por um dono de brechó da Carlos Cavalcanti, encontrado um amigo no Restaurante do Passeio e sido reconhecido pela Márcia, gerente do restaurante.

Tradicional foto em frente ao Portal do Passeio Público na chegada ao Restaurante do Passeio.

Depois de vencer as duas cervejas bonificadas pela Márcia fomos ao Bar do Pudim. Chegamos lá por volta de 15h, ou seja, 30 minutos de atraso ainda no começo da viagem. Sugeri descartar a comida e apenas beber alguma coisa, mas minha proposta foi descartada por todos. Então pedimos a porção de pernil, a mais tradicional da casa, acompanhada de cerveja. Lá percebi a primeira falha de planejamento. Após fechar o roteiro percebi que terminaríamos muito tarde e em conversa com o Jamur decidi adiantar em uma hora o início da jornada, porém esqueci-me de atualizar o roteiro e quando chegamos ao O Torto ele ainda estava fechado.

Bar do Pudim.

Expedicionários esperando a porção de pernil.


Seguimos o roteiro e fomos ao Stuart, lá teríamos o maior desafio gastronômico, o de comer testículos de porco. O Ota chegou lá falando que não iria comer por nada, eu também não estava afim, mas a vida nem sempre é como nós queremos e encaramos o petisco. Confesso que depois da primeira mordida tive que apimentar bem os pedaços de carne, pois a pimenta amortecia a boca e não dava pra sentir nem o gosto nem a textura. Enfim, quem gosta disse que estava ótimo. Para fechar o Dumke e o Marcos comeram Rolmops. Quando saímos o Dumke ficou pra trás, fazendo novos amigos, afinal já havia passado por uns dois bares sem encontrar ninguém.
Expedicionários comendo testículos. A cara diz tudo.

O tradicional Rolmops, já era.

Foto do Stuart, tirada em frente ao Maneko's.

Como O Torto estava fechado conseguimos voltar ao horário e para substituir escolhemos o Maneko's Bar, em frente ao Stuart. O Maneko's não atendia ao requisito de ter mais 30 anos, mas sem dúvida é um resgate histórico de Curitiba. A parede é decorada com fotos antigas e reportagens. Ele tem apenas 22 anos de funcionamento e alguns bolinhos de bacalhau foram comidos. Enquanto estava no Maneko's a Lu e o Mau me ligaram, como estava com muito barulho não consegui falar com eles e combinei uma nova ligação dali alguns minutos, no Ligeirinho.

Maneko's visto de fora.

Maneko's visto de dentro. Ao fundo fotos antigas de Curitiba.

Seguimos para o Ligeirinho para terminar de assistir ao jogo dos EUA X GANA e dar seqüência aos trabalhos do dia. Lá comemos carne de jacaré e cascudinho frito. Também conseguimos conversar com a Lu e o Mau, que acompanhavam a Expedição Latitude do outro lado do oceano, direto de Londres. Foi ali que outro Mauro apareceu na expedição, o amigo hermano do Rogério.

Balcão de frios do Ligeirinho.

Atestado de procedência da carne de jacaré.

Do Ligeirinho andamos alguns metros até Bar Mignon. No caminho fomos abordados por dois turistas que nos perguntaram onde ficava o Hotel Del Rey. Enquanto eu falava que era naquela rua, um pouco mais para frente, o Rogério já ajudava a carregar as malas, dava dicas turísticas sobre Curitiba e antes que ele se propusesse a pagar a conta entramos no hotel para resgatá-lo. Chegando ao Bar Mignon pedi o mignon da casa, mas observamos que o bar tem o cachorro quente mais antigo de Curitiba, prato servido desde 1925. Fizemos a troca e saboreamos o cachorro a moda antiga, sem molho, apenas vina no pão com cebolinha. A mostarda da casa é deliciosa, porém prá lá de ácida e forte.

Bar Mignon. Cachorro quente curitibano, desde 1925.

Do Mignon rumamos ao Pote Chopp. Para surpresa e decepção da galera o bar estava fechado, diferente das informações que eu tinha. Seguimos para o Palácio, mas no meio do caminho passamos pela sede histórica do CAHS (Centro Acadêmico Hugo Simas, de Direito da UFPR) e os universitários faziam sua festa junina. Como a maioria dos expedicionários eram formados em direito pela UFPR achamos alguns amigos e compramos algumas cervejas, mas nada que tomasse muito tempo.

Chegamos ao Palácio e lá o Teo nos esperava. Como ele estava sóbrio e nós nem tanto ele não deve ter achado muita graça e pouco tempo depois foi embora. A primeira vião do Palácio foram as mesas vazias. Fiquei até meio triste com o ar melancólico do bar. Lá só tinham seis expedicionários, o Teo e alguns funcionários. Fui ao banheiro e passei pela churrasqueira, que fica dentro do salão, próximo as mesas. Pedimos o tradicional Churrasco Paranaense (filé com arroz, farofa e cebola) e enquanto esperávamos outros clientes apareceram. Nem percebemos, mas em pouco tempo o restaurante estava totalmente tomado e não tinham mais mesas vazias. Percebemos que o Palácio, assim como o Mineiro de Botas, é imperdível.

O Palácio com pouca luz.

O Mineiro de Botas.

Expedicionário se reabastecendo.

Do Palácio pegamos a estrada para o Kapelle. Esse seria o maior trecho de caminhada, aproximadamente 1,5km cortando a Rui Barbosa e seguindo pela Westphalen até a Saldanha Marinho. No caminho, após muito andar decidimos parar para descansar um pouco as pernas e molhar a garganta, afinal já estávamos cansados. Paramos no Bilhar Cobra, mas desse não tenho nenhuma história para contar. Foi jogada uma partida e tomamos um pouco de líquido.

Chegamos ao Kapelle cansados e atrasados. Na porta tinha uma placa informando que o couvert era de R$ 6,00 por pessoa. Hesitamos em entrar, pois era o bar menos famoso da relação e também teríamos o Gato Preto para fechar a noite. Explicamos qual era o objetivo da nossa visita e fizemos um acordo com a casa. Poderíamos entrar e beber até que o músico chegasse. Lá dentro fiquei surpreso. Vi o bar com a decoração mais legal de Curitiba, baseado em um bar pirata. Nessa hora já aceitava até pagar os R$ 6,00, mesmo sem música, pois valia à pena. Optamos por suspender a Expedição e chamamos as gurias para encerrar de uma forma bem família. Deixamos o Gato Preto para uma próxima e abrimos uma cerveja para comemorar.

Kapelle. Interior inspirado em um navio pirata.

Expedicionário contando a saga para o boneco decorativo.

Comemoração pelo fim da saga. 13 bares depois, um brinde.

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