domingo, 3 de julho de 2011

Teocracia curitibana?

Tem certas coisas em Curitiba que não entendo. Curitiba é uma cidade em que praticamente todas as formas de expressão são mal aceitas, por causar transtornos aos moradores.

Já proibiram o funcionamento da pedreira, já proibiram as corridas de rua (que agora só podem acontecer no final da madrugada, pois "atrapalha o trânsito"), já proibiram até o grito de carnaval do Distinto, uma instituição da cidade. A alegação para todas essas proibições é a mesma. A aglomeração de pessoas gera transtorno aos moradores da cidade.

Muito bem, então todas as aglomerações em Curitiba são mal vistas?

Não, não é bem assim que a coisa funciona. Adotamos a velha prática dos dois pesos e duas medidas. Aglomerações culturais e esportivas são fortemente reprimidas. As corridas começam normalmente entre as 7h e 7h30, pois é inaceitável que uma determinada região fique aproximadamente 30 minutos bloqueada. Os shows na pedreira foram riscados do mapa, pois meia dúzia de moradores não podia conviver com o trânsito e barulho uma vez a cada 6 meses. O mesmo aconteceu com o grito de carnaval do Ao Distinto Cavalheiro, resultou na prisão do professor Wella (ou Wela, ou Vela), pois durante uma noite do ano atrapalhava a vida dos moradores.

Mas então, o que é permitido em Curitiba?

Simples, passe no Centro Cívico em um sábado qualquer e caia na arapuca do trânsito daquela região. Quase todo sábado a história é a mesma. Centenas de pessoas se aglomeram na região para caminhar, cantar, pregar do alto de carros de som, louvar o senhor e levar transtorno a uma parte considerável da população curitibana. Os encontros normalmente duram a manhã inteira, ou seja, se você mora na região não via ficar um hora sem sair de casa (como acontece nas corridas de rua), vai ficar umas 4. E também não é um evento isolado (como os shows da pedreira ou o grito do Distinto), é um evento frequente.
Mas se tudo que gera transtorno aos moradores de Curitiba é proibido, qual o motivo de logo o que mais gera transtorno aos moradores de Curitiba ser permitido?

Bom, isso eu não sei. Isso só deus, e o prefeito, devem saber.

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